O aumento exacerbado de pedidos de atestados de residência na freguesia do Bonfim, no Porto, levou o presidente da Junta local a denunciar a situação às autoridades policiais, PJ e PSP. No último mês de janeiro os pedidos ascenderam a 2.500 e, segundo João Aguiar, muitos pertencem "à mesma morada"."A junta de freguesia denunciou às entidades de investigação competentes, Polícia Judiciária e Polícia de Segurança Pública, esse aumento de pedidos de atestados [de residência] por haver entre eles muitos pertencentes à mesma morada", afirmou o presidente da junta, na última sessão da Assembleia Municipal, segunda-feira à noite. Aos deputados municipais, João Aguiar afirmou que a junta não tem competência legal para investigar crimes, como eventuais falsas testemunhas ou redes de tráfico humano."Alguém que não a junta pode estar a lucrar com a imigração ilegal e o tráfico humano, não apenas na freguesia do Bonfim, mas em todo o pais", referiu, dizendo, no entanto, que essa competência não cabe às autarquias locais.João Aguiar avançou que em dezembro do ano passado foram emitidos 1.399 atestados de residência na freguesia do Bonfim e, em janeiro, 2.500."Não é exato dizer que foram atendidas mais de 100 pessoas por dia, uma vez que muitos dos utentes pedem vários certificados para entregarem em diferentes entidades como a AIMA [Agência para a Integração Migrações e Asilo], Segurança Social, Autoridade Tributaria, SNS [Serviço Nacional de Saúde] e entidades bancárias", acrescentou.No domingo, o Jornal de Notícias avançou que o número de requerimentos tinha aumentado "quatro vezes mais em dezembro e janeiro" e que as autoridades estavam a investigar "moradas com mais de cem residentes e testemunhas compradas no café".