O candidato da coligação O Porto Somos Nós (PSD/CDS-PP/IL) à Câmara do Porto, Pedro Duarte, interpôs esta segunda-feira, 29 de setembro, a providência cautelar que tinha anunciado contra a Metro do Porto para parar as obras do metrobus.De acordo com a providência cautelar que deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto, a que a Lusa teve acesso, o documento assinala a "total incompreensão com o violento arranque da 2.ª fase, a que depressa se juntou um sentimento generalizado de dor e indignação, ao perceber-se que o arranque das obras se fez com o início do abate de dezenas de árvores de grande porte e pela destruição de corredores verdes urbanos".Para Pedro Duarte, a Metro do Porto "demonstra uma absoluta irresponsabilidade e despreocupação com as gerações futuras, até porque foram já identificadas alternativas técnicas viáveis, menos gravosas, com menor impacto"..Obras da segunda fase do Metrobus avançam segunda. Candidatos falam em provocação e falta de coragem política. No texto, lembra ainda que os deputados da Assembleia Municipal do Porto "aprovaram uma moção a manifestar a sua 'profunda indignação' perante a decisão da administração" da Metro do Porto e de um "total, manifesto e 'inadmissível desrespeito'" perante a assembleia, com o início das obras no dia 22 de setembro.A comunicação da Metro do Porto referia que a obra "não teria impacto na normal circulação automóvel", mas Pedro Duarte considera que isso "não é inteiramente verdade", relembrando ainda que a "primeira fase não entrou sequer em funcionamento"."Este é um ato cívico importante para tentar parar uma das maiores irresponsabilidades dos últimos tempos na cidade do Porto, em que se abatem dezenas de árvores à revelia dos portuenses", refere Pedro Duarte em declaração escrita à Lusa, salientando que, "ao contrário do PS", quer "apostar em mais árvores, mais espaços verdes, mais espaços pedonais e ciclovias", acusando os socialistas de querer "mais betão e alcatrão" e a sua candidatura "mais bem-estar para os portuenses".O abate de árvores do primeiro trecho da segunda fase do metrobus é conhecido desde o dia 27 de agosto, quando a Lusa noticiou que entre as avenidas Marechal Gomes da Costa e Antunes Guimarães, o saldo ia passar de 48 árvores - 16 a manter, 30 a abater (27 no canal central e 3 em passeios) e duas a transplantar - para 108 árvores no final: 16 mantidas, 87 novas (56 nos passeios e zonas de atravessamento da Boavista e 6 no passeio da Antunes Guimarães) e cinco transplantadas.O candidato autárquico recorda que liderou, em maio, uma petição contra a concretização da segunda fase do metrobus "nos moldes em que se encontra".A Metro do Porto refere que "em paralelo com o avanço desta empreitada da ligação Boavista – Anémona, a Metro do Porto está a trabalhar em alterações ao projeto que vão ao encontro dos objetivos pretendidos pela Câmara Municipal do Porto"."Os projetistas encontram-se a desenvolver uma solução alternativa para o troço compreendido entre as estações Garcia de Orta e Castelo do Queijo, em estrita conformidade com o solicitado pela câmara", referiu a empresa.Segundo a Metro do Porto, o projeto foi revisto após um pedido da Câmara do Porto em 01 de abril e, em 22 de maio, o candidato autárquico do PSD/CDS-PP/IL Pedro Duarte divulgou uma petição que pretendia, precisamente, manter a ciclovia central e evitar o abate de árvores, algo com o qual o atual presidente da Câmara, Rui Moreira, disse concordar.Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.