Parede de prédio ruiu em Campo de Ourique e atingiu um carro. No local, Moedas alertou as autoridades

Parede de prédio ruiu em Campo de Ourique e atingiu um carro. No local, Moedas alertou as autoridades

Está agendada para segunda-feira uma visita técnica conjunta dos serviços competentes da câmara para avaliar as consequências e os passos seguintes para "devolver a normalidade ao edifício".
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Uma parede de um prédio em Campo de Ourique, em Lisboa, ruiu na tarde deste sábado, não havendo registo de feridos. Apenas um carro ficou danificado.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, foi testemunha da derrocada parcial da parede do nº 85 da rua de Campo de Ourique.

"Foi um grande susto. No fundo, fui testemunha ocular de um acidente que não deveria ter acontecido. Felizmente, a pessoa que estava no carro saiu imediatamente", contou o autarca em declarações à SIC Notícias.

Moedas admitiu que a sua grande preocupação era saber se alguém vivia na casa afetada, tendo depois constatado que não morava ninguém. "Neste momento já não vive ninguém naquele apartamento, portanto, no fundo, tivemos uma grande sorte", afirmou.

O autarca, que foi quem deu o alerta, disse, no entanto, que "há responsabilidades a apurar".

"Chamei imediatamente os bombeiros, a nossa polícia está aqui e vamos ter de apurar com os nossos serviços de urbanismo exatamente o que aconteceu, porque é uma vergonha que um promotor desta qualidade, a fazer um edifício novo, tenha deixado isto acontecer, porque, obviamente, houve aqui influência destas obras num terreno que ainda está muito molhado, uma vibração...", afirmou.

Questionado sobre se a responsabilidade pelo que aconteceu seria do promotor das obras junto ao edifício, Moedas disse que não se sabia ainda e que é uma situação que tem de ser investigada "pelos serviços da Câmara, pela PSP". "Vai ser aberta a investigação", acrescentou.

"É muito triste que isto aconteça porque são casas frágeis, mais antigas e, portanto, o promotor tem de ter todas as medidas de segurança. Vamos ver o que aconteceu. Mas o mais importante é que não há vítimas nem feridos", vincou Moedas no local. "Parece-me que um promotor desta qualidade que está aqui a fazer um prédio novo não ter tido a consciência que estas vibrações podiam ter um efeito num prédio mais antigo, preocupa-me", referiu.

O presidente da Câmara disse que, "obviamente, os serviços de engenharia da câmara vão investigar". "Vão ser apuradas as responsabilidades. Não sou eu que posso dizer quem é o responsável", disse. Mas, recorrendo à sua "veia de engenheiro", afirmou que uma obra estava decorrer junto ao edifício . "Aliás, muitas das pessoas que vieram ter comigo uma hora antes já estavam a ver algumas rachas e, portanto, o construtor aí devia ter parado. Não parou e aconteceu esta desgraça", disse.

A rua foi cortada ao trânsito devido ao risco de derrocada. Os bombeiros sapadores de Lisboa, a PSP e a polícia municipal estiveram no local, assim como elementos do serviço de engenharia da autarquia. "Estamos aqui todos para tentar resolver o problema o mais depressa possível", disse.

De acordo com a SIC Notícias, um casal que vive nas águas furtadas foi retirado do edifício e não vai passar a noite no prédio.

No pátio, situado nas traseiras do edifício, vivem agregados familiares, que foram também retirados pelas autoridades.

Ao final da tarde, o presidente da junta de freguesia de Campo de Ourique, Hugo Vieira da Silva, fez um ponto da situação. "O edifício está a ser escorado e aparenta dar condições de estabilidade para que os moradores do pátio possam fazer a entrada pela casa de um vizinho para chegarem às suas casas. Está também a ser restabelecida a instalação elétrica", disse.

Com "essas duas garantias, haverá condições para os moradores que desejarem permanecer nas suas casas, ao que sei são todos, assim o poderem fazer", acrescentou.

A diretora municipal da Proteção Civil, Margarida Castro Martins, adiantou à SIC Notícias que está agendada para segunda-feira uma visita técnica conjunta dos serviços competentes da câmara "para se avaliar as consequências e os passos seguintes para devolver a normalidade a este edifício".

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