Depois do óbvio, o óbvio. O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, vai informar, na segunda-feira, o Presidente da República de que “a tentativa” que fez “de encontrar uma solução governativa no quadro da atual legislatura não teve qualquer sucesso”..“Recebi todos os partidos com assento na Assembleia Legislativa. Todos eles, unanimemente, pugnaram eleições o mais depressa possível”, afirmou Ireneu Barreto, que vai a Belém “denunciar a impossibilidade [...] de encontrar uma solução governativa” para a Madeira. .O representante da República para a Madeira, que diz ter tentado encontrar uma solução para substituir o Governo de Albuquerque, acredita, assim, que 9 de março de 2025 é a “data mais provável” para as eleições regionais antecipadas, mas tudo “depende exclusivamente da vontade do senhor Presidente da República, depois de ouvir os partidos [em janeiro] e o Conselho de Estado”. .“Caberá ao senhor Presidente da República prosseguir no que entender mais adequado”, reconheceu. .Na Presidência República, como o DN revelou na quinta-feira, há a certeza de que Marcelo Rebelo de Sousa não se vai imiscuir nas questões internas do PSD/Madeira e que tudo depende, tal como aconteceu em novembro de 2023 - com a demissão de António Costa do Governo e da liderança do PS - , da vontade dos partidos que serão recebidos em janeiro, em Lisboa, pelo Presidente. .Se a maioria dos partidos entender que para evitar instabilidade ou um crescente de instabilidade - como alega Manuel António Correia que quer disputar a liderança a Albuquerque - é útil dar tempo para que PSD/Madeira, e até eventualmente o PS/Madeira, clarifiquem as suas lideranças, esse tempo poderá ser dado. A decisão de Marcelo pode abrir caminho a um “novo ciclo” na Madeira, mas tudo depende dos partidos. .Ontem, todos os líderes dos partidos madeirenses confirmaram o que já tinham anunciado. .O presidente do PS, Paulo Cafôfo, que pediu eleições regionais “o mais rápido possível dentro do calendário que a lei permite, garantindo ter legitimidade para continuar a liderar os socialistas, diz que só uma mudança política pode “salvar a região do estado em que se encontra”..E insistiu que “os partidos da oposição têm de, em algum momento, chegar a entendimentos” para derrubar Albuquerque. .O presidente do Governo Regional e líder do PSD que também quer eleições “o mais rapidamente possível” pede que o “hiato não seja muito longo, uma vez que isso não é compatível com os interesses da população da região e com o desenvolvimento da região”..Albuquerque reafirmou a ideia de travar eleições internas no partido por não terem “qualquer cabimento” e enviou um recado a Marcelo: “Não compete ao Presidente da República fazer essa análise”..Miguel Castro, líder do Chega Madeira, que apresentou a moção de censura que levou à queda do Governo, disse que “ao não haver uma reformulação do Governo [a saída de Albuquerque e dos quatro secretários regionais arguidos ] tem de haver efetivamente um ato eleitoral”.