Zelensky quer cooperação europeia mais rápida e pede sanções à energia nuclear
Presidente ucraniano reforçou que as suas forças armadas necessitam de artilharia, munições, tanques, mísseis de longo alcance e caças.
O Presidente da Ucrânia insistiu esta quinta-feira na necessidade de os Estados-membros da União Europeia cooperarem com o país a uma velocidade superior à da Rússia para se reequipar e pediu sanções contra a energia nuclear russa.
Relacionados
"A capacidade de aprofundar a nossa dinâmica de cooperação tem de ser mais rápida do que a capacidade de mobilização do nosso agressor", disse Volodymyr Zelensky no início de uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (Bélgica).
Ladeado pelo presidente do Conselho, Charles Michel, e perante os presidentes e primeiros-ministros dos 27, Zelensky agradeceu o "apoio incondicional" que o país recebeu desde o início da guerra, há praticamente um ano: os sucessivos pacotes de sanções, o acolhimento de refugiados, o auxílio humanitário e económico-financeiro e, especialmente, o armamento que está a ser utilizado para contrariar a ofensiva de Moscovo.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
E insistiu no pedido que tem feito nas últimas semanas: "Precisamos de artilharia, das munições, dos tanques, dos mísseis de longo alcance e dos caças."
O 10.º pacote de sanções vai estar, em princípio, pronto no dia 24 de fevereiro e o Presidente da Ucrânia insistiu na necessidade de incluir a energia nuclear russa: "Acham justo não haver sanções quando a Rússia ameaça com uma nuvem nuclear?", questionou.
Volodymyr Zelensky anunciou também que recentemente conversou com a Presidente da Moldova sobre um alegado plano do Kremlin para destruir aquele país vizinho da Ucrânia.
"Quando recebi este documento avisei imediatamente a Moldova sobre esta ameaça para protegê-la. Acredito que todos vocês fariam o mesmo. Não sei se Moscovo deu a ordem para prosseguir com este plano, mas é muito semelhante àquele que quiseram implementar na Ucrânia", acrescentou.
Zelensky recordou os pioneiros da União Europeia Robert Schumann e Jean Monnet e considerou que o ideal que criaram necessidade "de mais um componente, sem o qual tudo é débil: a segurança".
E apelou a uma "transformação conjunta" entre os 27 e os países que ambicionam fazer parte a União, nomeadamente a Ucrânia: "Se conseguirmos, os vossos nomes ficarão para a História ao lado dos de Schumann e Monnet."
A Ucrânia "nunca quis esta guerra, nunca quis qualquer guerra", prosseguiu Zelensky, e "sempre tentou preservar a paz", mas hoje é necessário o apoio de toda a União Europeia para que "a Europa continue unida", com uma "Ucrânia independente, uma Moldova independente, uma Geórgia independente e todos os outros Estados que fazem parte da família europeia".
Líder ucraniano quer sanções contra drones e mísseis e insiste nos caças
O Presidente da Ucrânia exortou esta quinta-feira a União Europeia (UE) a incluir a "indústria de 'drones' e mísseis" nas sanções contra a Rússia e vai insistir com cada Estado-membro sobre a necessidade de enviar aeronaves de combate.
"É do interesse de todos, não só dos ucranianos, que a Rússia não consiga produzir mais mísseis para atacar as nossas cidades", sustentou Volodymyr Zelensky, durante uma conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em Bruxelas (Bélgica).
Por isso, Zelensky exortou os 27 a incluírem no próximo pacote "sanções contra a indústria de 'drones' e de mísseis", assim como o "apoio tecnológico que está a suportar o terror russo".
Uma decisão de UE nesse sentido vai "reduzir a destruição e remover a fonte dos ataques perigosos" perpetrados por Moscovo, argumentou.