Zelensky diz que vitória de Kiev “depende” dos EUA
A Ucrânia tem um plano para derrotar militarmente a Rússia que “depende principalmente” do apoio dos EUA e de outros aliados, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no dia em que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitou Kiev junto com o chefe da diplomacia britânico, David Lammy. “É importante levantar as restrições ao uso de armas norte-americanas e britânicas contra alvos militares legítimos na Rússia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucranianos, Andriy Sybiga.
Os EUA e o Reino Unido comprometeram-se em entregar cerca de 1,5 mil milhões de dólares em apoio para a Ucrânia e prometeram considerar rapidamente uma resposta ao pedido para acabar as restrições. Blinken lembrou que, “desde o primeiro dia”, os EUA se mostraram disponíveis para adaptar as suas políticas à situação no terreno de batalha na Ucrânia. “Vamos continuar a fazer isto”, indicou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, avisou por seu lado que a Rússia teria uma resposta “apropriada” se a Ucrânia fosse autorizada a usar armas contra o seu território. O ministro britânico lembrou contudo que o envio de mísseis balísticos iranianos para a Rússia, revelado nos últimos dias, mudou a forma de pensar em Londres e Washington. Foi “uma escalada significativa e perigosa”, indicou Lammy.
Após o encontro com Blinken e Lammy, Zelensky disse que “todas as questões principais foram discutidas”, explicando que “é importante que os argumentos ucranianos sejam ouvidos”. Sendo que isso “aplica-se tanto às armas de longo alcance”, como “à estratégia geral de abordagem a uma paz justa”, tendo sido discutida uma segunda Cimeira da Paz como a que aconteceu na Suíça.
Blinken defendeu que esta visita a Kiev (que incluiu uma viagem de nove horas de comboio desde a Polónia) demonstra o apoio “com a vitória da Ucrânia”, enquanto Lammy prometeu o apoio britânico até ao fim desta guerra de “agressão e imperialismo russo” e deixou a garantia de que Londres está a reservar o equivalente a 2,7 mil milhões de euros para apoiar os esforços militares de Kiev.
Entretanto, a Ucrânia instou os aliados vizinhos da NATO a abaterem mísseis e drones russos que visam alvos nas regiões ocidentais do país, alertando que os ataques de Moscovo estão a aproximar-se das fronteiras com a Aliança Atlântica. Sybiga apelou a uma “resposta comum, firme e decisiva”. Abater estes projéteis “seria um passo digno e correto”, acrescentou o chefe da diplomacia ucraniano. Vários países vizinhos da Ucrânia e que são membros da NATO - casos da Polónia, Letónia e Roménia - já registaram violações do seu espaço aéreo por dispositivos russos.
Com agências