Ursula von der Leyen agravou esta quarta-feira o tom dos avisos a Moscovo, e diz que Bruxelas tem tudo "pronto" para uma reação "massiva", com "sanções económicas e financeiras", no caso de uma ofensiva militar russa em território ucraniano..A falar na conferência anual do Fórum Económico Mundial, a presidente da Comissão Europeia disse que o diálogo deve ser a via privilegiada e as conversações não estão fechadas. Mas, Von der Leyen garante que a União Europeia responderá sem hesitação.."Para ser muito clara: nós queremos este diálogo", afirmou, defendendo que "que os conflitos sejam resolvidos nos órgãos criados para este propósito".."Mas, se a situação se deteriorar, se houver qualquer novo ataque à integridade do território da Ucrânia, responderemos com sanções económicas e financeiras massivas", avisou, insistindo que a via do diálogo em curso deve ser a privilegiada.."Tivemos dias intensos de diplomacia, em diferentes formatos. Com e sem a Rússia", disse a presidente. "A Rússia fez propostas, nós fizemos as nossas propostas", acrescentou.."É bom que nos empenhemos nas negociações, mas não aceitaremos as tentativas da Rússia para dividir a Europa em esferas de influência", avisou, enfatizando que, de outro modo, a União Europeia reagirá sem hesitações.."A União Europeia é de longe o nosso maior parceiro comercial, e de longe o maior investidor. E, sim, essa relação de comércio é importante para nós, mas é muito mais importante para a Rússia. Esperamos que um ataque não aconteça. Mas se acontecer nós estamos preparados", garantiu..Bruxelas tem vindo a reiterar os avisos a Moscovo. Já em dezembro, na cimeira europeia, vários líderes, incluindo Von der Leyen, expressaram preocupação perante a atitude do governo russo.."Estamos a apelar a Rússia para aliviar a tensão e abster-se de qualquer ação agressiva", apelou na altura a presidente da Comissão, reiterando "o firme apoio e compromisso com a soberania e integridade territorial" da Ucrânia"..O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também tinha deixado um aviso de que "qualquer agressão terá uma resposta forte e um preço pesado a pagar por aqueles que forem os autores das agressões". "As decisões estão articuladas com os nossos parceiros, no quadro da Nato, do G7 e das nossas relações com os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá", lembrou..No mesmo dia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que também participou na cimeira, apelou à UE pela aplicação de sanções sem mais demoras.."Para nós era importante que as sanções fossem aplicadas antes e não após o conflito acontecer", defendeu em declarações aos jornalistas em Bruxelas, justificando que "se forem aplicadas depois do conflito escalar, isso fará com que não tenham qualquer significado".