Venezuela. “A nossa esperança é que o ato eleitoral decorra sem qualquer tipo de percalço”
O eurodeputado do PSD, vice-coordenador do Partido Popular Europeu (PPE) na Comissão de Assuntos Externos do Parlamento Europeu, Sebastião Bugalho, viaja, esta sexta-feira, para Caracas, para “testemunhar o ato eleitoral” do próximo domingo, o qual espera que decorra “sem percalços”.
O eurodeputado, que integra a missão de acompanhamento do PPE, fala num sentimento positivo. “As informações que temos do terreno são de que há uma enorme ânsia e vontade de participação eleitoral, o que nos causa uma enorme felicidade, porque nós também, no fundo, somos democratas e fomos eleitos”, comentou o eurodeputado, convicto de que “tudo o que é uma celebração democrática ou tudo o que é vontade de participar no ato eleitoral, julgamos ser positivo”.
Há cinco anos, durante as eleições, a delegação do PPE foi impedida de entrar na Venezuela. Em declarações ao DN e TSF, em Bruxelas, antes de partir para a capital venezuelana, Sebastião Bugalho diz esperar que esta missão de acompanhamento decorra sem problemas.
“Do ponto de vista formal, verbal e institucional, procedemos de forma absolutamente correta de todos os pontos de vista”, afirmou, acrescentando que a delegação “forneceu as garantias, do ponto de vista diplomático, institucional e formal, de que a nossa viagem era uma viagem respeitadora da soberania venezuelana, da soberania do ato eleitoral que vai decorrer este fim de semana”.
Salientando que se trata de “uma viagem que corresponde e responde a um convite nesse sentido”, Bugalho entende que a missão de acompanhamento “tem todas as condições não só para entrar como para estar e para tudo correr com toda a normalidade.”
Nos últimos dias, Nicolás Maduro endureceu o discurso, admitindo um “banho de sangue” em caso de derrota no próximo domingo. Mas, o eurodeputado manifesta a esperança de umas eleições sem problemas.
“A nossa expectativa e a nossa esperança com sentido de responsabilidade, é que o ato eleitoral decorra sem qualquer tipo de percalço”, afirmou o vice-coordenador do PPE na Comissão de Assuntos Externos do Parlamento Europeu.
A delegação será composta pelo deputado Sebastião Bugalho e pelos deputados espanhóis Esteban González Pons, que é também Vice-Presidente do PPE, e Gabriel Mato.
O PPE anunciou a missão de acompanhamento eleitoral, “em resposta a um convite da líder da oposição democrática, Maria Corina Machado, e do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, em nome da Direção Nacional da Campanha ‘ConVZLA’”.
O convite da oposição surgiu depois de Nicolás Maduro ter impedido uma missão oficial de observadores eleitorais da UE. “Vamos à Venezuela em comunhão total com o espírito democrático destes venezuelanos que querem participar no ato eleitoral; e em comunhão total com a comunidade portuguesa, que tem uma forte presença no território venezuelano”, afirmou o eurodeputado.
Na carta convite, dirigida aos eurodeputados por Corina Machado, salientava que a candidata “venceu por larga maioria as eleições primárias entre os candidatos da oposição democrática e foi posteriormente excluída do exercício de cargos públicos pelo Supremo Tribunal venezuelano”.
Sublinhando a importância da presença de uma delegação do PPE, Corina Machado apela a que os eurodeputados se juntem para “testemunhar o acontecimento”, apontando, porém, para as limitações da “observação eleitoral” no contexto de um país como a Venezuela.
“Acreditamos que é essencial que os aliados da causa democrática venezuelana possam juntar-se a nós e testemunhar este acontecimento. As suas vozes representam, não apenas uma reafirmação do seu apoio e solidariedade, mas também a oportunidade de demonstrar ao mundo o que for acontecendo ao longo do processo, num contexto em que a observação eleitoral técnica é muito limitada”, lê-se na carta.