Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte são os portugueses que integram a flotilha humanitária rumo a Gaza e foram detidos pela Marinha israelita, que esta quarta-feira, 1 de outubro, começou a intercetar embarcações da Global Sumud Flotilla."As informações que nós dispomos é que todos os portugueses que participam na missão humanitária foram intercetados e detidos pelas autoridades israelitas", confirmou Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, em declarações à SIC Notícias, sublinhando que as detenções "são profundamente ilegais". "Estamos a falar de uma missão humanitária que se propunha entregar bens de primeira necessidade, comida e medicamentos em Gaza", frisou.Para Fabian Figueiredo, "agora é a altura de todos os Estados que se vinculam ao direito internacional de agirem, de exigirem a Israel a libertação imediata de todos os integrantes da flotilha humanitária". O Presidente da República já garantiu que será assegurado "todo o apoio consular" aos portugueses detidos pelas autoridades israelitas. Numa nota divulgada no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa fez saber que "confirmou junto do Governo, que será assegurado, através da nossa Embaixada em Telavive, todo o apoio consular aos compatriotas detidos, como é de regra, e em particular quando implica titulares de Órgãos de Soberania, bem como todo o apoio ao regresso a Portugal".A organização da frota humanitária, a Global Sumud Flotilla, declarou, nas redes sociais, que as embarcações estavam a ser "interceptadas ilegalmente" e que as câmaras foram "desligadas e as embarcações foram abordadas por militares". "Estamos a trabalhar ativamente para confirmar a segurança e o estado de todos os participantes a bordo", anunciou a Global Sumud Flotilla, nas redes sociais.É ainda referido que "as forças navais israelitas intercetaram e abordaram ilegalmente o navio Sirius, da Flotilha Global Sumud, juntamente com outras embarcações em águas internacionais". A organização da frota humanitária indicou que "as transmissões em direto e as comunicações foram cortadas" e que "o estado dos participantes e da tripulação permanece sem confirmação"."Trata-se de um ataque ilegal contra trabalhadores humanitários desarmados. Apelamos aos governos e às instituições internacionais para que exijam a sua segurança e libertação imediatas", indicou a organização da flotilha humanitária. .Lorenzo D'Agostino, jornalista italiano que se encontra a bordo do Hilo, afirmou que pelo menos duas embarcações foram intercetadas."Da Alma, não temos mais comunicações. Sirius interceptado, visto com os meus olhos, Capitão Nikos interceptado, visto no chat. O resto da Flotilha continua", disse D'Agostino, citado pela Reuters. Vários ativistas publicaram nas redes sociais vídeos e diziam que navios de guerra de Israel estavam a aproximar-se da flotilha e ordenavam que desligassem os motores. Isso aconteceu depois ter sido declarado o estado de emergência na Flotilha Global Sumud, na qual seguem a coordenadora do Bloco Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel afirmou que a Marinha israelita entrou em contacto com a flotilha humanitária, informando que se está a aproximar de uma zona de combate ativa e a violar um bloqueio naval legal, pedindo que mudasse de rumo. Fonte oficial da diplomacia portuguesa disse à Lusa que "Portugal dirigiu uma mensagem ao Governo de Israel, pelos canais diplomáticos próprios, para que não se use violência e se respeitem todos os direitos daqueles que vão na flotilha".O Governo português já tinha apelado aos portugueses que integram a flotilha para que se mantivessem em águas internacionais, alertando para "riscos muito sérios".