A Ucrânia está disponível para desistir do seu objetivo de aderir à NATO em troca de garantias de segurança dos aliados como compromisso para pôr fim à guerra com a Rússia, indicou este domingo, 14 de dezembro, Volodymyr Zelensky, antes de participar, em Berlim, numa ronda de negociações com os enviados dos Estados Unidos, Steve Witkoff e Jared Kushner, tendo ao seu lado o chanceler alemão, Friedrich Merz, segundo fotos partilhadas pelo líder ucraniano. Antes havia também falado ao telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron. “Desde o início, o desejo da Ucrânia era aderir à NATO, estas são garantias de segurança reais. Alguns parceiros dos EUA e da Europa não apoiaram esta direção”, referiu Zelensky em resposta a perguntas de jornalistas no WhatsApp. “Assim, hoje, as garantias de segurança bilaterais entre a Ucrânia e os EUA, garantias semelhantes ao artigo 5.º para nós por parte dos EUA e garantias de segurança dos homólogos europeus, bem como de outros países - Canadá, Japão - são uma oportunidade para evitar outra invasão russa”.O líder ucraniano sublinhou ainda que este “é um compromisso da nossa parte”, acrescentando que as garantias de segurança deverão ser juridicamente vinculativas e que “representam uma oportunidade para evitar outra onda de agressão russa.”Esta é uma cedência às pretensões de Moscovo, que já classificou várias vezes a candidatura da Ucrânia à NATO como uma grande ameaça à segurança da Rússia, tendo exigido que Kiev desista desta intenção como parte de qualquer acordo de paz.No entanto, na mesma sequência de declarações feitas ontem via WhatsApp, Volodymyr Zelensky afastou mais uma vez a possibilidade de abandonar o Donbass, como pretende a Rússia e fazia parte da versão inicial do plano de paz apresentado pelos Estados Unidos, que falava na criação de uma zona económica livre desmilitarizada.O presidente ucraniano considerou este tema “muito delicado”, dizendo que “hoje, uma opção justa e possível é permanecermos onde estamos”, numa referência ao congelamento ao longo da linha de contacto. “Se estamos a falar de uma zona tampão ao longo da linha de contacto, se estamos a falar de uma zona económica e acreditamos que apenas uma missão policial deve estar presente e que as tropas devem retirar, então a questão é muito simples. Se as tropas ucranianas recuarem 5 a 10 quilómetros, por exemplo, porque é que as tropas russas não recuam ainda mais para o interior dos territórios ocupados à mesma distância?”, questionou Zelensky, perguntando ainda quem irá gerir a tal zona económica.O conselheiro de Putin para a política externa, Yuri Ushakov, afirmou ontem que “é pouco provável que o contributo de ucranianos e europeus (...) seja construtivo”, notando que Moscovo “terá objeções muito fortes”..Ucrânia apresentou a mais recente versão do plano de paz aos EUA