A agência de segurança interna da Ucrânia (SBU) anunciou esta quarta-feira (30 de julho) a detenção de um oficial da Força Aérea ucraniana acusado de espiar para a Rússia. O major e piloto instrutor teria divulgado a Moscovo a localização e os horários dos voos de caças fornecidos pelo Ocidente (os norte-americanos F-16 e os franceses Mirage), indicou o SBU no Telegram. “Além disso, para garantir o sucesso do ataque inimigo, o arguido elaborou e transmitiu aos ocupantes um relatório analítico sobre as táticas necessárias, na sua opinião, para realizar os ataques combinados. Isto era suposto permitir aos russos atacar contornando as defesas das instalações militares relevantes”, segundo o comunicado, indicando ainda que a “toupeira” tinha também passado informação sobre os pilotos ucranianos. O SBU deteve o suspeito quando este procurava recolher mais informações, tendo sido acusado de alta traição - arrisca ser condenado a prisão perpétua. O anúncio da detenção surgiu num dia depois de mísseis russos terem atingido um campo de treino do exército ucraniano, matando três soldados e ferindo outros 18. O comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, já veio dizer que os campos de treino devem passar para locais subterrâneos.“Todo o território da Ucrânia está ao alcance dos mísseis e drones inimigos”, disse Syrskyi após uma reunião mensal sobre a preparação das tropas, citado pelo Kyiv Independent. “O processo de formação deve ser realizado o mais clandestinamente possível”, acrescentou.Pelo menos sete civis morreram e outros 21 ficaram feridos em vários ataques russos na noite de terça para quarta-feira, com a Força Aérea ucraniana a dizer que a Rússia lançou 78 drones Shahed. As defesas aéreas intercetaram 51, enquanto 27 drones atingiram sete locais. A região de Kharkiv foi uma das mais afetadas, com seis mortos - incluindo um numa fábrica civil nos arredores da cidade. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enfrenta esta quinta-feira (31 de julho) um teste importante. A nova proposta de lei para garantir a independência das agências anticorrupção vai a votos no Parlamento. Uma primeira proposta foi aprovada pelos deputados e promulgada por Zelensky, mas foi criticada internamente - os ucranianos saíram às ruas nas maiores manifestações desde o início da guerra - e externamente, com a União Europeia a avisar que ia complicar o processo de adesão ao bloco. O problema é que, segundo o Kyiv Independent, o presidente ainda não tinha ontem os 226 votos necessários para passar a lei