Zelensky em Paris no início deste ano, onde agradeceu apoio da França e de Macron.
Zelensky em Paris no início deste ano, onde agradeceu apoio da França e de Macron.EPA / SARAH MEYSSONNIER / POOL

Macron defende plano de paz com Kiev e os europeus sentados à mesa. Zelensky focado em garantias de segurança

O presidente francês afirmou que um plano de paz só pode ser "finalizado" com a Ucrânia e os europeus "sentados à mesa". Macron disse que "o nível de pressão sobre a economia russa irá aumentar".
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Nas negociações de paz, que decorrem a vários níveis, a Ucrânia está focada em assegurar fortes garantias de segurança, na manutenção da soberania e do território, afirmou esta segunda-feira, 1 de dezembro, Volodymyr Zelensky.

Em Paris, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, o chefe de Estado ucraniano disse que espera falar com o presidente norte-americano, Donald Trump, depois do encontro entre o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e o líder russo, Vladimir Putin, agendado para esta terça-feira (2). "Esperamos uma conversa com o presidente dos Estados Unidos sobre questões-chave que são bastante desafiadoras", disse Zelensky, citado pela imprensa internacional.

Antes, nas redes sociais, o presidente ucraniano realçou que "a paz deve ser verdadeiramente duradoura" e que "a guerra deve acabar o mais rápido possível". "Muito depende agora do envolvimento de todos os líderes", afirmou.

Durante a conferência de imprensa conjunta, o presidente francês vincou que o "nível de pressão sobre a indústria de petróleo e gás na Rússia será, nas próximas semanas, o mais elevado desde o início da guerra". "Penso que isto vai mudar o jogo", considerou Macron, enfatizando que "o nível de pressão sobre a economia russa irá claramente aumentar".

Um plano de paz entre a Rússia e a Ucrânia só poderá ser finalizado com Kiev e os europeus "sentados à mesa", declarou Emmanuel Macron, durante a conferência de imprensa.

"Não existe, em rigor, um plano finalizado hoje sobre as questões territoriais. Só poderá ser finalizado pelo presidente Zelensky", afirmou Macron, acrescentando que "mediadores americanos viajarão para Moscovo nas próximas horas".

"Sobre as questões dos ativos congelados, das garantias de segurança, da adesão à União Europeia e das sanções europeias, (este plano) só poderá ser finalizado com os europeus sentados à mesa. Portanto, ainda estamos numa fase preliminar", referiu.

E adiantou que "a Ucrânia é o único país que pode tomar decisões sobre o seu território".

Macron disse ainda que o trabalho sobre as garantias de segurança à Ucrânia estava "finalizado", sublinhando que nos próximos dias vão decorrer conversações com autoridades norte-americanas para "clarificar" o papel dos EUA nesta matéria.

Depois de se ter reunido em Paris com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o chefe de Estado francês acusou a Rússia de "não dar qualquer sinal de querer a paz", que, segundo ele, "é procurada por americanos, ucranianos e europeus".

Zelensky, que é esperado na Irlanda na terça-feira, segundo avança a agência AFP, afirmou que a Rússia não deve ser recompensada pela invasão da Ucrânia.

Macron e Zelensky realizaram, a partir de Paris, uma videoconferência com o enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, Steve Witkoff, segundo fontes do Palácio do Eliseu.

Além de Witkoff, que viaja esta segunda-feira para Moscovo, Macron e Zelensky conversaram ainda com o negociador-chefe ucraniano, Rustem Umerov, oito líderes europeus, os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO, acrescentaram as fontes.

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