Ucrânia: Rússia e Bielorrússia ameaçam retaliar contra Lituânia por causa de Kaliningrado
Dos países estão a trabalhar em "medidas conjuntas" para responder às restrições impostas pela Lituânia ao trânsito de certas mercadorias para o enclave russo.
A Presidência russa disse esta segunda-feira que a Rússia e a Bielorrússia estão a trabalhar em "medidas conjuntas" para responder às restrições impostas pela Lituânia ao trânsito de certas mercadorias para o enclave russo de Kaliningrado.
Relacionados
Kaliningrado é um enclave russo no Báltico que faz fronteira com a Lituânia e a Polónia, dois países da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), sendo abastecido por ferrovias da Rússia continental.
Desde a segunda quinzena de junho, a Lituânia suspendeu a utilização do seu território para a passagem de certos produtos, sobretudo de aço, para Kaliningrado, em cumprimento das sanções da UE contra interesses russos, na sequência da invasão da Ucrânia.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Durante uma conversa telefónica, os Presidentes russo, Vladimir Putin, e bielorrusso, Alexander Lukashenko, "sublinharam a situação devido às sanções ilegais introduzidas pela Lituânia (...) e nesse contexto discutiram possíveis medidas conjuntas", indicou o Kremlin em comunicado.
Tal como Kaliningrado, a Lituânia não tem fronteira com a Rússia, mas, por outro lado, tem cerca de 680 quilómetros de fronteira com a Bielorrússia, aliado primordial do Kremlin, e base essencial do exército russo na invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
No final de junho, o governador de Kaliningrado, Anton Alikhanov, estimou que entre 40% e 50% das mercadorias que chegam ao enclave russo estão sujeitas a restrições, do carvão a metais, passando por materiais de construção, álcool e produtos de tecnologia.
Num momento em que estão em curso conversações entre a Rússia e a UE sobre esta matéria, com o Kremlin a pedir o levantamento de restrições na passagem de mercadorias, Moscovo prometeu agora consequências "sérias" para a Lituânia se o trânsito não for restabelecido.