O presidente da Ucrânia afirmou esta segunda-feira, 25 de agosto, que Kiev tem como objetivo garantir pelo menos mil milhões de dólares (cerca de 858 milhões de euros) por mês dos seus aliados para comprar armas de fabrico americano para usar nos combates contra as tropas russas, no âmbito do Programa da Lista de Requisitos Prioritários para a Ucrânia (PURL) da NATO, que permite aos países participantes adquirir armas aos Estados Unidos. “O nosso objetivo é abastecer este programa com nada menos do que mil milhões de dólares por mês”, disse Volodymyr Zelensky numa conferência de imprensa em Kiev com Jonas Gahr Store, primeiro-ministro da Noruega, país que recentemente aderiu ao PURL. “Também discutimos a nossa produção nacional de drones e as oportunidades conjuntas com parceiros. Os investimentos podem agora ajudar não só fisicamente, mas também forçar a Rússia a terminar esta guerra.”A Ucrânia está, neste momento, a tentar consolidar as garantias de segurança a longo prazo dos Estados Unidos através de um acordo de compra de armas norte-americanas. Inicialmente, no dia 18, Volodymyr Zelensky anunciou que tinha proposto a aquisição de armas no valor de 90 mil milhões de dólares (cerca de 77 mil milhões de euros) aos EUA, financiados na sua maioria pelos aliados europeus, como fazendo parte do segundo pilar da sua estrutura de segurança. Uma proposta que foi apresentada aos líderes europeus e a Donald Trump antes do encontro desse mesmo dia na Casa Branca.Esta segunda-feira, em Kiev, o primeiro-ministro norueguês notou que um exército ucraniano forte e bem equipado será uma das garantias de segurança mais significativas e cruciais para a Ucrânia no futuro, confirmando que a Noruega, juntamente com a Alemanha, irá financiar a compra de dois sistemas Patriot e mísseis para os mesmos.“Estão em curso discussões com parceiros sobre garantias de segurança fiáveis que serão implementadas após a obtenção de uma paz sustentável, a fim de evitar qualquer nova agressão contra o povo da Ucrânia. A Noruega participa nestas discussões desde o início e continuará a participar”, afirmou Jonas Gahr Store.Volodymyr Zelensky, por seu turno, agradeceu ainda à Noruega pelo fornecimento dos sistemas NASAMS [sistema avançado de mísseis superfície-ar norueguês] e expressou a sua esperança na produção conjunta destes sistemas com Oslo. “Os nossos parceiros estão conscientes das nossas necessidades de defesa aérea. Esperamos que o exemplo de assistência da Noruega nesta área seja também seguido por outros parceiros, outros países, especialmente os Estados escandinavos”, disse o líder ucraniano.Também em Kiev esteve esta segunda-feira o enviado especial dos EUA para a Ucrânia e Rússia, tendo afirmado que as potenciais garantias de segurança “são um trabalho em progresso”.Keith Kellogg, que tal como Gahr Store e representantes de 50 países, participou na capital ucraniana no Pequeno-Almoço Nacional de Oração, afirmou que estão a “trabalhar muito, muito arduamente” nos esforços para pôr fim à guerra. “Esperamos chegar a uma posição em que, a curto prazo, tenhamos, na falta de melhor termo, garantias de segurança” que atendam aos receios da Ucrânia de outra invasão russa no futuro, prosseguiu o enviado de Donald Trump. De recordar que, na sexta-feira, o presidente dos EUA afirmou que espera decidir os próximos passos dentro de duas semanas, se não forem agendadas negociações diretas entre Volodymyr Zelensky e o presidente russo, Vladimir Putin. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse numa entrevista no domingo à noite à NBC News que não está prevista nenhuma reunião entre os dois chefes de Estado. “É preciso haver uma agenda primeiro. (...) Esta agenda não está pronta de todo”, disse. .Donbass. Por que Zelensky não pode desistir da região sob invasão russa.Marcelo Rebelo de Sousa condecorado por Volodymyr Zelensky