O presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, estiveram esta quarta-feira, 27 de agosto, em Chisinau para o 34.º aniversário da independência da Moldova para enviar um sinal do apoio europeu à sociedade da antiga república soviética a um mês de umas eleições ensombradas pela alegada interferência russa e nas quais, além da escolha do novo Parlamento, estará a votos o projeto de adesão à UE da presidente Maia Sandu. “A Moldova importa, e a adesão à União Europeia não é um sonho longínquo, mas um projeto em que estamos a trabalhar”, referiu Maia Sandu, agradecendo a presença dos três líderes europeus em Chisinau, e sublinhando que “sem a União Europeia, a Moldova continua presa ao passado”. A chefe de Estado moldava abordou também as alegadas campanhas da Rússia no país, incluindo interferência eleitoral, como tentativa de minar os planos da Moldova para aderir à UE. “Só teremos o futuro que desejamos se o protegermos. Só os moldavos devem decidir pela Moldova”, concluiu Sanu.A Moldova tem o estatuto oficial de candidato à adesão desde junho de 2022, tendo a abertura das negociações sido aprovada em dezembro do ano seguinte, ao mesmo tempo da Ucrânia. O objetivo de Sandu é que este processo esteja terminado dentro de cinco anos. Este mês foi noticiado que Bruxelas pretendia abrir um “grupo de negociação” para a Moldova antes das eleições de 28 de setembro, impulsionando assim a sua candidatura, mas a perspetiva do processo de Chisinau ser “desemparelhado” do da vizinha Ucrânia irritou Kiev, de acordo com o Politico. Emmanuel Macron explicou que a presença dos três líderes tinha como objetivo “enviar ao povo moldavo uma mensagem de respeito, amizade, solidariedade e confiança no futuro” garantindo ainda que “a França continuará a prestar um apoio determinado à Moldova durante as próximas etapas da sua jornada rumo à adesão”. Estas palavras encontraram eco na intervenção de Donald Tusk, que se focou também na ameaça russa, as “pessoas más” nas palavras do primeiro-ministro polaco. “Enfrentaram inúmeros desafios, mas não desistiram. Suportaram o frio quando as pessoas más vos cortaram o gás, e vocês prevaleceram, mantiveram-se firmes. Quando as pessoas más provocaram um aumento radical dos preços, vocês aguentaram e, também graças à ajuda da Europa, estabilizaram a situação. Também resistiram às mentiras difundidas na política atual e à propaganda hostil. Escolheram o caminho certo, o caminho europeu”.Por fim, Merz também mencionou as próximas eleições, sublinhando que “a porta da União Europeia está aberta” para a Moldova e prometendo “continuar a apoiá-los neste caminho da melhor forma possível”.As autoridades eleitorais da Moldova terminaram na terça-feira o registo para as eleições parlamentares de 28 de setembro, nas quais será avaliado o nível de apoio à entrada do país na União Europeia até 2030, como defende a presidente Maia Sandu, ou se a opinião pública desta antiga república Soviética está mais virada para Moscovo, como aconteceu na Geórgia. Foi aprovada participação de 21 forças políticas, entre as quais duas de tendências russas e que têm bastante apoio entre os eleitores - o Bloco Patriótico, que inclui socialistas e comunistas, e que poderá eleger 36 deputados, e Bloco Alternativo, que deverá conquistar 13 lugares.O Partido de Ação e Solidariedade de Maia Sandu detém agora 61 dos 101 deputados do Parlamento. Número que, segundo uma sondagem recente, poderá cair para 41 no próximo mês..Quais são os próximos passos da Ucrânia e Moldova no processo de adesão à UE?