Antes do início oficial da Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP30), a partir da próxima segunda-feira (10 de novembro), mais de meia centena de líderes mundiais vão afinar os pormenores da discussão na capital do Pará esta quinta e sexta-feira (6 e 7 de novembro). Mas ausências de peso ameaçam os trabalhos em Belém. O presidente dos EUA, Donald Trump, não vai e nem deverá mandar uma delegação importante - mas vários governadores, incluindo o californiano Gavin Newsom, e outros líderes locais já confirmaram a presença. Trump anunciou em janeiro a decisão de sair dos Acordos de Paris, que cumprem dez anos nesta COP30. O seu aliado argentino, Javier Milei, também não vai a Belém..Belém do Pará. Novos espaços e velhos problemas na COP da teimosia de Lula.Já o chinês Xi Jinping estará ausente, mas enviou o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang, mostrando o compromisso do país em relação às alterações climáticas. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, também não viaja para o Brasil, sendo representado apenas pelo ministro do Ambiente, Bhupender Yadav.EUA, China e Índia são os dois maiores poluidores do mundo, mas apesar da ausência dos líderes, Brasil mantém o otimismo. Da lista do grupo dos oito países mais industrializados (o G8), há três presenças europeias confirmadas: o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Ainda a nível europeu, tanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, como o presidente do Conselho Europeu, António Costa, estarão no encontro. Os ministros do Ambiente do bloco aprovaram, à última hora, um compromisso para reduzir as emissões em 90% até 2040, face aos níveis de 1990, mas com flexibilidades para atenuar este objetivo. A nova meta permite aos países comprar créditos de carbono estrangeiros para cobrir até 5% da meta de redução. Isto, na prática, reduziria para 85% a meta exigida às indústrias europeias, pagando-se a países estrangeiros para que reduzissem as emissões em nome da Europa, de forma a compensar o restante. Sendo que esse valor pode cair mesmo para os 80%.Portugal estará representado em Belém pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, que seguirá depois (como outros líderes europeus) para a cimeira da União Europeia e América Latina e Caraíbas (que decorre a 9 e 10 de novembro em Santa Marta, Colombia). Mas ainda em Belém, o presidente brasileiro, Lula da Silva, deverá chamar a atenção esta quinta-feira para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (que é operado pelo Banco Mundial), estando atrás de mais investidores. O Brasil já prometeu mil milhões de dólares para esse fundo. Para acolher tantos líderes mundiais, Belém e o Brasil prepararam a maior operação de segurança de sempre - são mil agentes federais, três mil militares das Forças Armadas e mais de 12 mil polícias militares no terreno. O maior navio de guerra da América Latina, o Atlântico, está também ancorado na cidade, tendo chegado com 700 toneladas de material de segurança para ser usado na COP30.