Trump pressiona Putin a negociar paz e perdoa 1500 suspeitos de ataque ao Capitólio. OMS e União Europeia lamentam primeiras decisões

Após a tomada de posse, o início do segundo mandato de Trump foi marcado pela assinatura de várias ordens executivas, tendo o novo presidente anunciado que vai retirar, pela segunda vez, os EUA do Acordo de Paris.
Donald Trump assina várias ordens executivas após tomar posse como o 47º presidente dos EUA
Donald Trump assina várias ordens executivas após tomar posse como o 47º presidente dos EUAEPA/JIM LO SCALZO

Trump assina ordem executiva que suspende por 75 dias proibição do TikTok

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou na segunda-feira uma ordem executiva que ordena ao seu governo que suspenda por 75 dias a aplicação da lei que proíbe a rede social TikTok nos Estados Unidos.

Esta lei, aprovada pelo Congresso em 2024 e que entrou em vigor no domingo, obriga a empresa-mãe da plataforma de partilha de vídeos curtos - a ByteDance - a vendê-la sob pena de proibição em território americano.

Isto resultou na inacessibilidade da rede social durante algumas horas no fim de semana.

A lei prevê multas muito pesadas para os fornecedores de Internet e lojas de aplicações, até 5.000 dólares por utilizador para estas últimas.

Estas sanções seriam impostas pelo Departamento de Justiça, ao qual Donald Trump ordenou não intervir durante dois meses e meio, tempo para "consultar (os seus) conselheiros", segundo o texto do decreto.

Pretende ainda avaliar os riscos de segurança representados pelo TikTok e pelo seu acionista chinês e "determinar se as medidas já tomadas pelo TikTok são suficientes".

As autoridades norte-americanas justificaram a aprovação da lei pela necessidade de impedir as autoridades chinesas de aceder aos dados dos utilizadores ou de manipular a opinião nos EUA.

Durante um evento aberto aos media na Casa Branca, durante o qual assinou este decreto e muitos outros, Donald Trump relativizou os riscos que a rede social representa em termos de segurança nacional.

"Há tantos produtos fabricados na China e o único que se queixam é o TikTok", afirmou Donald Trump, referindo-se aos responsáveis eleitos no Congresso.

"Sejamos honestos, temos problemas mais graves do que ver a China obter informações sobre crianças pequenas", utilizadores de TikTok, acrescentou.

Em vez de encontrar um comprador, hipótese que a ByteDance sempre recusou, o Presidente propôs, como fez no domingo, que o grupo chinês concedesse aos Estados Unidos 50% do capital do TikTok em troca da não aplicação da lei.

O governo poderia então atribuir esta participação aos interesses privados americanos, disse Trump.

"Podemos precisar do acordo da China, mas tenho a certeza de que o concederiam", disse Donald Trump, acrescentando que "o TikTok tem muito valor, mas se não o aprovarem, já não terá".

Questionado durante uma conferência de imprensa na segunda-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês indicou que "em questões de operações e aquisições, as empresas devem decidir de forma independente, de acordo com os princípios do mercado".

Se a China se recusasse a dar luz verde, "impor-lhes-íamos direitos aduaneiros", alertou o presidente norte-americano.

Lusa

Administração Trump demite comandante da Guarda Costeira. Linda Fagan foi a primeira mulher a liderar um dos ramos das Forças Armadas dos EUA

A almirante Linda Lee Fagan, comandante da Guarda Costeira dos EUA, foi destituída do cargo pela Administração de Donald Trump, dá conta a Reuters esta terça-feira.

Fagan foi nomeada por Joe Biden em 2021, tornando-se a primeira mulher a comandar um dos ramos das Forças Armadas norte-americanas. Segundo a Fox News, a demissão da almirante deve-se ao facto do novo governo dos EUA entender que Linda Lee Fagan coloca "questões de diversidade acima da segurança na fronteira".

A Guarda Costeira está sob a alçada do Departamento de Segurança Interna dos EUA, ao contrário dos restantes ramos das Forças Armadas, que estão diretamente relacionados com o Pentágono

Embora a Guarda Costeira seja um serviço armado, está sob a alçada do Departamento de Segurança Interna e não do Pentágono (Departamento de Defesa dos EUA).

Líder da Coinbase destaca nova era para criptomoedas com Trump

O líder da plataforma de criptomoedas Coinbase, Brian Armstrong, considerou esta segunda-feira no Fórum de Davos que a chegada de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos significa "o amanhecer de um novo dia" para o setor das criptomoedas.

Donald Trump, que foi investido na segunda-feira, prometeu políticas mais favoráveis para o setor e lançou no fim de semana a sua própria moeda digital, que começou por ter sucesso.

Horas antes da tomada de posse, a bitcoin, a criptomoeda mais usada, bateu o seu recorde ao atingir a barreira de 109.000 dólares.

"Diria que é o amanhecer de um novo dia. É preciso lembrar que nos últimos quatro anos, o ambiente era muito hostil", afirmou Armstrong, que falava numa mesa-redonda dedicada a criptomoedas no Fórum Económico Mundial, na Suíça.

"Creio que a falta de clareza foi explorada" e que "algumas pessoas da administração [de Joe Biden] tentaram, penso eu, travar ou matar a indústria", afirmou.

Com a nova administração Trump "acredito que temos um caminho para ter regras claras e espero que tenhamos legislação aprovada no Congresso que traga muitos novos investimentos", adiantou.

Lusa

Zelensky questiona a forma como Trump vai olhar para a Europa e apela à união

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, disse hoje no Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, que os Estados Unidos são um "aliado indispensável" para a Europa mas admitiu que este sentimento poderá não ser recíproco, agora que Donald Trump tomou posse como presidente dos EUA.

"Será que o presidente Trump vai olhar para a Europa? Será que ele considera a NATO necessária e irá respeitar as instituições da União Europeia?", questionou o líder ucraniano, alertando que a Europa "não pode ser a segunda ou terceira força na linha dos aliados" e "precisa de aprender a tomar conta de si própria" para que assim "o mundo não a ignore".

Donald Trump assina várias ordens executivas após tomar posse como o 47º presidente dos EUA
Zelensky defende que Europa tem de fazer mais para contar no mundo

Marco Rubio tomou posse como secretário de Estado

O vice-presidente JD Vance empossou hoje o ex-senador republicano Marco Rubio como secretário de Estado.

Este antigo senador pelo estado da Florida, foi o primeiro nomeado por Donald Trump a assumir o cargo na nova administração norte-americana.

Rubio substitui no cargo Anthony Blinken, que tinha sido nomeado pelo presidente Joe Biden, e vai ficar responsável pelas negociações de paz no Médio Oriente e por encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia.

Refira-se que Marco Rubio foi anti-Trump e chegou a gozar com o atual presidente por ter "as mãos pequenas". Agora, é um dos homens de confiança do novo chefe de Estado para a política internacional.

Trump vai fazer esta terça-feira "grande anúncio sobre infraestruturas"

Um dia depois da tomada de posse, o 47º presidente dos EUA vai fazer, esta terça-feira, um "grande anúncio sobre infraestruturas", disse Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca.

“Mais uma vez, o presidente Trump irá falar com a imprensa no final da tarde na Casa Branca, e teremos um grande anúncio sobre infraestruturas”, informou Leavitt à Fox News, sem revelar o que será anunciado.

A porta-voz da Casa Branca disse ainda que Donald Trump "já está a fazer mais em menos de 24 horas do que o seu antecessor fez em quatro anos”.

UE lamenta saída dos EUA do Acordo de Paris e alerta para efeitos de guerra comercial

 A Comissão Europeia lamentou esta terça-feira a decisão de Washington de sair do Acordo de Paris, tratado global de luta contra as alterações climáticas, e advertiu para as consequências de uma guerra comercial com a União Europeia (UE).

"Lamentamos a decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris. Durante mais de uma década, trabalhámos lado a lado para desenhar e aplicar este acordo", disse o comissário para o Comércio e Segurança Económica, Maros Sefcovic, no Parlamento Europeu, durante um debate na sessão plenária em Estrasburgo, em França.

O comissário acrescentou que a UE "vai continuar" a aplicar o Acordo de Paris (adotado em 2015) e recordou à nova administração norte-americana liderada pelo republicano Donald Trump que há "empresas dos dois lados que já investiram para mitigar as alterações climáticas e em energias renováveis".

Sobre a perspetiva de uma guerra comercial com a União Europeia, Maros Sefcovic alertou o presidente dos Estados Unidos da América (EUA) de que há cerca de 3,5 milhões de cidadãos norte-americanos a trabalhar no espaço comunitário ou diretamente com os 27 países do bloco europeu e que "muitos mais milhões dependem" do comércio feito entre os dois lados do Oceano Atlântico.

Perante os eurodeputados, o comissário disse que o executivo comunitário está preparado para os próximos quatro anos da nova liderança norte-americana: "Tomámos nota do memorando sobre priorizar o comércio com os EUA."

No entanto, Maros Sefcovic considerou que "não há economias mais integradas" do que a da UE com os EUA.

Lusa

OMS "lamenta" ordem executiva de Trump. Espera que EUA "reconsiderem" saída da agência de saúde da ONU

A Organização Mundial de Saúde (OMS) "lamenta" a decisão de Donald Trump, que pretende retirar os EUA da agência de saúde da ONU.

A OMS recorda esta terça-feira que "desempenha um papel crucial na proteção da saúde e da segurança da população mundial, incluindo os americanos".

OMS espera que os EUA "reconsiderem" a decisão da nova administração e recorda que os Estados Unidos "foram um dos membros fundadores" fa agência de saúde da ONU, "em 1948 e, desde então, têm participado na definição e gestão do trabalho da OMS, juntamente com outros 193 Estados-Membros".

"Durante mais de sete décadas, a OMS e os EUA salvaram inúmeras vidas e protegeram os americanos e todas as pessoas de ameaças à saúde", salienta o organismo, acrescentando que "as instituições americanas contribuíram e beneficiaram da adesão à OMS".

O novo presidente, recorde-se, assinou uma ordem executiva para retirar os EUA (OMS), um organismo que Donald Trump já tinha criticado duramente pela forma como lidou com a pandemia.

"A OMS defraudou-nos", acusou na segunda-feira o republicano, ao assinar o decreto, poucas horas depois de ter tomado posse, justificando a retirada com a diferença entre as contribuições financeiras dos Estados Unidos e da China para a organização.

Autoridade Palestiniana acusa Trump de encorajar violência

A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) acusou esta terça-feira o novo presidente norte-americano de encorajar os colonos israelitas extremistas a cometer mais crimes ao ter ordenado o levantamento das sanções de que eram alvo.

Numa das primeiras decisões após ter tomado posse na segunda-feira, Trump revogou uma ordem executiva do antecessor, Joe Biden, que punia os colonos israelitas acusados de violência contra os palestinianos na Cisjordânia ocupada.

"O levantamento das sanções contra os colonos extremistas vai encorajá-los a cometer mais crimes contra o nosso povo", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano num comunicado citado pela agência francesa AFP.

A diplomacia palestiniana advertiu "contra as tentativas de fazer explodir a situação na Cisjordânia ocupada em busca de justificações para copiar os crimes de genocídio e deslocação cometidos por Israel na Faixa de Gaza e transferi-los para a Cisjordânia".

Segundo a ANP, a situação visa preparar "a criação e um estado de caos violento para facilitar" a anexação da Cisjordânia por Israel.

Lusa

ONU pede respeito pelos direitos dos migrantes após medidas impostas por Trump

A ONU recordou esta terça-feira as obrigações dos Estados Unidos e de outros países-membros em relação aos direitos dos migrantes, afirmando que o pedido de asilo é uma delas, após as medidas adotadas pelos EUA na fronteira com o México.

"Todos os Estados têm o direito de exercer jurisdição nas suas fronteiras internacionais, mas devem fazer de acordo com as suas obrigações em matéria de direitos humanos", disse a porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em resposta a uma pergunta da agência de notícias EFE.

O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou "emergência nacional" na fronteira com o México durante a tomada de posse, na segunda-feira, e assinou vários decretos para fazer cumprir as suas promessas, nomeadamente militarizar a fronteira, proibir a entrada de migrantes e requerentes de asilo e deportar vários milhões de pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos.

A porta-voz da ONU sublinhou que todos os Estados "devem garantir uma gestão humana das fronteiras e baseada nos direitos, incluindo o direito dos migrantes a uma avaliação individualizada das suas circunstâncias particulares".

As expulsões coletivas e as detenções arbitrárias também devem ser evitadas, segundo Ravina Shamdasani.

"Pedimos a todos os Estados que aumentem a disponibilidade e a acessibilidade a vias seguras e regulares para a migração", disse ainda a responsável.

Lusa

Musk nega ter feito saudação nazista e fala em "golpes sujos"

O multimilionário Elon Musk negou, esta terça-feira, ter feito a saudação nazi na celebração que se seguiu à tomada de posse de Donald Trump como 47º presidente dos EUA.

O momento que suscitou polémica aconteceu quando Musk discursava no Capital One Arena, tendo sido partilhado nas redes sociais, com os internautas a acusarem o dono do X (antigo Twitter) de imitar a saudação do regime de Hitler.

Musk já reagiu e falou em "golpes sujos".

"Francamente. Eles precisam de melhores golpes sujos. O ataque 'toda a gente é Hitler' está tão esgotado", escreveu Musk, que vai fazer parte da administração de Donald Trump ao liderar o Departamento de Eficiência Governamental.

China espera cooperação comercial com Estados Unidos durante novo mandato de Trump

A China disse esta terça-feira que espera cooperar com Washington em questões comerciais, após a tomada de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor taxas alfandegárias punitivas sobre produtos chineses.

"A China está pronta para reforçar o diálogo e a comunicação com os Estados Unidos (e) gerir adequadamente as diferenças", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun.

"Esperamos que os Estados Unidos trabalhem com a China para promover conjuntamente o desenvolvimento estável (...) das relações económicas e comerciais sino-americanas", acrescentou.

Embora admitindo a existência de "diferenças e fricções" entre os dois países, Guo Jiakun observou que "os interesses comuns e as possibilidades de cooperação são imensos".

Lusa

Musk acusado de fazer saudação nazi na festa da tomada de posse de Trump

O dono da Tesla e da rede social X, Elon Musk, que vai liderar o Departamento de Eficiência Governamental na administração de Trump, está a ser acusado por diferentes internautas de fazer a saudação nazi enquanto discursava na Capital One Arena.

Após a cerimónia de tomada de posse como 47.º presidente dos EUA, que decorreu no Capitólio, Washington, apoiantes, familiares de Trump e membros da nova administração da Casa Branca, reuniram-se na Capital One Arena numa espécie de festa para celebrar o regresso do político à Sala Oval.

Musk, que Trump designou de conselheiro especial da sua administração, foi um dos apoiantes que subiu ao palco e pôde discursar. Entre gestos eufóricos e frases feitas, o magnata fez, aparentemente, uma saudação nazi.

O momento tem sido partilhado nas redes sociais, com os internautas a acusarem o dono do X (antigo Twitter) de imitar a saudação do regime de Hitler.

José Varela Rodrigues

Donald Trump assina várias ordens executivas após tomar posse como o 47º presidente dos EUA
Musk acusado de fazer saudação nazi na festa da tomada de posse de Trump. Dono do X fala em "golpes sujos"

Elon Musk já tem escritório e endereço de email na Casa Branca

O bilionário Elon Musk já garantiu um endereço eletrónico e um escritório na Casa Branca, primeiros passos no caminho de redução dos custos da futura Administração de Trump, a que chamou Departamento de Eficiência Governamental.

O novo presidente dos Estados Unidos Donald Trump estabeleceu uma estrutura formal para esse esforço na segunda-feira, ao assinar uma ordem que renomeia o Serviço Digital dos Estados Unidos - que atualmente existe como um grupo de reflexão tecnológica interno da Presidência - como Serviço DOGE ('Department of Government Efficiency') dos EUA.

O gabinete será dirigido por uma equipa liderada por Musk, assumindo-se como uma organização temporária, autorizada a recrutar peritos voluntários externos. O DOGE terá um escritório no edifício Eisenhower Executive Office, dentro do complexo da Casa Branca.

Trump anunciou que Musk receberá um escritório "para cerca de 20 pessoas", a contratar. A ordem também criou "equipas DOGE" de, pelo menos, quatro pessoas em cada agência federal para implementar o programa.

A ordem executiva de Trump sugere um papel mais restritivo para o escritório em face ao que Musk tinha imaginado, mencionando que a missão tornará a Administração mais eficiente, "modernizando a tecnologia e o software federais para maximizar a eficiência e a produtividade governamentais", mas sem fazer referência explícita a cortes orçamentais ou desregulamentação - duas áreas que Trump destacou quando atribuiu a Musk as atuais tarefas, logo após a eleição.

Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, é um dos apoiantes mais proeminentes de Trump e foi escolhido pelo novo Presidente norte-americano para liderar o esforço destinado a reduzir as despesas da Administração.

O DOGE, uma criação de Musk, tem como objetivo concretizar o que há muito é uma das principais prioridades republicanas: diminuir o tamanho e as competências das agências federais.

De acordo com Trump, o grupo trabalhará com o Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca para identificar cortes de gastos e fazer recomendações até 04 de julho de 2026.

Musk despejou milhões de dólares na campanha presidencial de Trump e emergiu como um de seus conselheiros mais próximos.

Musk e as suas empresas, incluindo a fabricante automóvel Tesla Inc. e a empresa aeroespecial SpaceX, beneficiaram de contratos do governo - e estão sujeitos a regulamentação -- o que levanta questões sobre potenciais conflitos de interesses, assim como sobre a isenção da DOGE para recomendar quais as agências que deverão sofrer cortes de financiamento.

Lusa

China manifesta preocupação com retirada dos EUA do Acordo de Paris

A China manifestou esta terça-feira preocupação com a decisão de Washington de se retirar do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, depois de o Presidente Donald Trump ter assinado uma ordem executiva para formalizar a saída.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, sublinhou em conferência de imprensa que as alterações climáticas são um desafio global que exige a cooperação de todos os países.

"As alterações climáticas são um desafio comum a toda a humanidade e nenhum país pode atuar sozinho para seu próprio benefício", afirmou.

Reiterou o compromisso de Pequim de continuar a enfrentar ativamente este desafio.

"A determinação e as ações da China em relação às alterações climáticas continuam a ser consistentes", afirmou.

Guo também enfatizou que a China trabalhará com todos os países com o objetivo de fazer avançar a transformação global para "uma economia verde e de baixo carbono".

Estas declarações de Pequim surgem na sequência da assinatura por Trump, na segunda-feira, de uma ordem executiva para retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris.

A medida, que foi uma das suas principais promessas durante a última campanha eleitoral, visa dar prioridade aos interesses nacionais dos Estados Unidos, em detrimento dos acordos internacionais, nomeadamente no que diz respeito às políticas climáticas que Trump considera prejudiciais para a economia norte-americana.

Lusa

Biden benzeu-se ao falar sobre o discurso de Trump

É um dos muitos vídeos virais que marcou o dia da posse de Trump - Biden a benzer-se num discurso de despedida ao lado da mulher, como que a querer dizer preparem-se para o que aí vem.

"O que quero deixar claro no meu discurso de despedida é que todos temos mais para fazer. Ouviram hoje o discurso de tomada de posse, temos muito mais para fazer", disse Biden na Base Aérea de Andrews, em Maryland. E de seguida benzeu-se, num gesto que provocou gargalhadas a quem assistia.

"Estão despedidos". Trump afasta mais de mil pessoas nomeadas por Biden

Donald Trump anunciou que vai despedir mais de mil pessoas nomeadas por Biden “que não estão alinhadas" com a sua " visão de Tornar a América Grande de Novo”.

"Estão despedidos!", escreveu numa mensagem partilhada na sua rede social Truth Social.

Trump afirmou que este anúncio é um “aviso de despedimento” e enumerou quatro pessoas que serão afastadas.

"José Andres, do Conselho Presidencial para o Desporto, a Boa Forma e a Nutrição, Mark Milley, do Conselho Consultivo Nacional para as Infra-estruturas, Brian Hook, do Wilson Center for Scholars, e Keisha Lance Bottoms, do Conselho Presidencial para as Exportações. Estão despedidos", lê-se no texto que publicou na rede social.

Novo presidente assina ordem executiva para retirar EUA da OMS

O novo presidente assinou uma ordem executiva para retirar os EUA da Organização Mundial de Saúde (OMS), um organismo que Donald Trump tinha criticado duramente pela forma como lidou com a pandemia.

"A OMS defraudou-nos", acusou na segunda-feira o republicano, ao assinar o decreto, poucas horas depois de ter tomado posse, justificando a retirada com a diferença entre as contribuições financeiras dos Estados Unidos e da China para a organização.

No texto, Trump pede que as agências federais "suspendam a futura transferência de quaisquer fundos, apoios ou recursos do governo dos EUA para a OMS" e orienta-as para "identificar parceiros norte-americanos e internacionais de confiança" capazes de "assumir as atividades anteriormente realizadas pela OMS".

Os Estados Unidos são o principal doador e parceiro da OMS, uma organização da ONU sediada em Genebra, na Suíça.

De acordo com a OMS, os EUA contribuem para o financiamento da instituição através de uma contribuição indexada ao seu Produto Interno Bruto, mas também através de contribuições voluntárias.

A saída dos Estados Unidos poderá obrigar a OMS uma grande reestruturação e prejudicar os esforços globais de saúde pública, incluindo a vigilância e a resposta a surtos.

A OMS desempenha um papel de coordenação particularmente central durante as emergências de saúde globais.

Lusa

Trump anuncia a retirada dos EUA do Acordo de Paris. É a segunda vez que o faz

O novo presidente norte-americano anunciou, no seu discurso da tomada de posse, que vai retirar, pela segunda-vez, os EUA do Acordo de Paris sobre o clima, prejudicando os esforços mundiais para travar o aquecimento global.

"O presidente Trump vai retirar-se do Acordo de Paris sobre o Clima", afirmou depois a Casa Branca num comunicado.

Durante o discurso da tomada de posse, prometeu aumentar a produção de petróleo dos Estados Unidos e eliminar os subsídios criados pelo seu antecessor, o democrata Joe Biden, para a compra de veículos elétricos.

DN/Lusa

Trump pressiona Putin a negociar acordo de paz com a Ucrânia

O novo presidente dos Estados Unidos convocou pela primeira vez Vladimir Putin para encontrar um acordo de paz com a Ucrânia, sob pena de a Rússia correr o risco de ser destruída.

Antes, ao felicitar o 47º presidente dos Estados Unidos, o líder russo também prometeu procurar uma "paz duradoura" com Kiev.

O magnata republicano, reeleito em 5 de novembro, e empossado esta segunda-feira, afirmou várias vezes que está a preparar uma cimeira com Vladimir Putin para "pôr fim" ao conflito, desencadeado pela invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Ao regressar à Sala Oval para assinar uma série de ordens executivas, Donald Trump reafirmou que "tinha de falar com o presidente Putin (...), que ficará muito feliz por pôr fim a esta guerra".

Pela primeira vez, no entanto, Trump pressionou claramente Putin a encontrar uma solução para a guerra, ao considerar que a Rússia estará a caminhar para o desastre se se recusar a negociar e a selar um cessar-fogo ou um acordo de paz com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"Zelensky quer fazer um acordo. Não sei se Putin o quer, se calhar não quer. [Mas] devia. Acho que ele está a destruir a Rússia ao não encontrar um acordo", disse Donald Trump.

"A Rússia está a caminhar para grandes problemas. Vejam a economia, vejam a inflação", disse o novo Presidente aos jornalistas na Sala Oval, salientando que Moscovo tinha previsto, em fevereiro de 2022, que "a guerra acabaria numa semana e já lá vão três anos".

"Eu dou-me muito bem com ele [Putin] e espero que ele queira chegar a um acordo", concluiu o antigo empresário, adepto da diplomacia transacional.

O presidente russo, por seu lado, reiterou na segunda-feira que está "aberto ao diálogo com a nova Administração norte-americana sobre o conflito ucraniano".

"O objetivo não deve ser uma breve trégua (...) mas uma paz duradoura", insistiu.

Lusa

Novo presidente dos EUA revoga sanções contra colonos israelitas na Cisjordânia

Donald Trump revogou uma ordem executiva emitida pelo antecessor, Joe Biden, que punia os colonos israelitas acusados de violência contra os palestinianos na Cisjordânia ocupada, anunciou a Casa Branca.

Mal tomou posse na segunda-feira, o presidente republicano anulou o texto adotado em fevereiro de 2024, que tinha sido a condição prévia para a aplicação de sanções financeiras a vários colonos, incluindo um indivíduo acusado de instigar um motim na cidade palestiniana de Huwara, a sul de Nablus, que levou à morte de um civil palestiniano.

Lusa

Trump perdoa 1.500 suspeitos de ataque ao Capitólio

Donald Trump perdoou na segunda-feira os acusados do ataque ao Capitólio, numa das primeiras ordens executivas que assinou poucas horas depois de tomar posse como Presidente. 

Trump assinou o perdão presidencial e a comutação de penas no Salão Oval da Casa Branca, onde sublinhou que há cerca de 1.500 pessoas a beneficiar desta medida, a quem chamou de "reféns" e "patriotas".

Além dos perdões, há seis comutações.

Em 6 de janeiro de 2021, uma multidão de apoiantes de Trump invadiu a sede da democracia dos Estados Unidos para tentar, sem sucesso, impedir a ratificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro de 2020 - das quais Trump saiu derrotado.

Trump foi acusado perante um tribunal federal no Distrito de Columbia de ter incitado a insurreição ao denunciar falsamente a fraude eleitoral sabendo que tinha perdido essas eleições.

Contudo, o procurador especial do caso, Jack Smith, encerrou recentemente a acusação, após a vitória eleitoral de Trump em novembro passado, uma vez que o Departamento de Justiça não processa Presidentes em exercício.

Quatro pessoas morreram no ataque ao Capitólio e mais de 140 agentes policiais ficaram feridos.

Lusa

Ventura defende fim da "ideologia de género" e enaltece medida de apenas "dois sexos"

O presidente do Chega, André Ventura, defendeu na segunda-feira o fim da "ideologia de género", ao enaltecer a ordem executiva anunciada pelo novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de "reconhecer" apenas "dois sexos".

Em Washington, onde participou nas cerimónias de tomada de posse de Donald Trump, Ventura viu um alinhamento do magnata republicano "com a direita europeia", que luta "para que a ideologia de género seja varrida das escolas".

"Eu gostava de destacar duas coisas [do discurso de tomada de posse de Trump], que acho que mexeram muito com a (...) direita europeia que está cá comigo: a questão económica, uma economia livre, uma economia sem a burocracia, sem o peso que o socialismo geralmente mete na economia; e a questão da ideologia de género", começou por dizer André Ventura aos jornalistas portugueses na capital norte-americana.

"Eu acho que o Donald Trump ter dito que há dois géneros, há o masculino e o feminino, talvez para muita gente, ou para uma parte importante da classe média trabalhadora, isto não seja um assunto relevante, mas nós hoje sabemos que há uma luta civilizacional de ideologia de género nas escolas. E acho que o Donald Trump prometeu acabar hoje [segunda-feira], claramente, desde Washington, com essa ideologia de género", avaliou o presidente do Chega.

O Governo federal norte-americano deve reconhecer apenas dois sexos - masculino e feminino -, de acordo com uma ordem executiva que Donald Trump deverá assinar em breve.

A ordem reverteria os esforços do Governo de Joe Biden para ampliar as designações de identidade de género.

"A partir de hoje, será a política oficial do Governo dos Estados Unidos que existam apenas dois géneros: masculino e feminino", declarou Trump durante o seu discurso de tomada de posse na segunda-feira, dando um passo inicial para cumprir uma das suas promessas de campanha.

"Eu acho que hoje o Donald Trump, ao dizer que um homem é um homem e uma mulher é uma mulher, diz o óbvio, mas diz que vai alinhar com a direita europeia. É importante dizer isto, porque a direita europeia tem feito esta luta há muito tempo (...) para que a ideologia de género seja varrida das escolas", advogou o presidente do Chega, que admitiu não ter falado com Trump durante a deslocação a Washington.

Lusa

Trump tomou posse como o 47º presidente dos EUA

Donald Trump foi na segunda-feira empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio em Washington que marcou o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.

A cerimónia em Washington foi marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com poucos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia, à exceção da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

O político republicano foi presidente entre 2017 e 2021, após perder a reeleição em 2020 para o democrata Joe Biden, a quem sucede agora no cargo.

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