"Recebemos um país no caos e reerguemo-nos em apenas 11 meses." Foi desta forma que o presidente norte-americano, Donald Trump, iniciou esta madrugada de quinta-feira, 18 de dezembro, o discurso à nação, a partir da Casa Branca.Com duras críticas ao seu antecessor, Joe Biden, o líder norte-americano fez um enorme discurso de autoelogio à sua Administração em todos os setores, a começar pela imigração e a terminar na economia, dizendo que desde que chegou ao poder tudo melhorou, tudo foi "reconstruído"."Em 11 meses passámos do pior para o melhor", afirmou Donald Trump.Com a sua Administração, afirmou o atual inquilino da Casa Branca, "as fronteiras estão totalmente seguras", ao contrário do que acontecia há um ano. Algo que, sublinhou, foi conseguido sem ser necessário nova legislação, "ao contrário do que diziam os democratas".O ataque ao Partido Democrata foi, aliás, um tema permanente ao longo do discurso, que teve pouco mais de 20 minutos, independentemente do assunto a que o presidente norte-americano se referisse, macro-economia, impostos, defesa ou assuntos internacionais.Ao contrário do que chegou a ser referido por comentadores, o assunto da Venezuela esteve totalmente ausente do discurso.Tarifas e bónus de Natal para militaresNo centro da estratégia económica do seu governo, Trump destacou o papel das tarifas, que descreveu como a sua "palavra favorita". Segundo o presidente dos EUA, esta política já garantiu um investimento recorde de 18 biliões de dólares no país. "As empresas sabem que, se construírem na América, não há tarifas, e é por isso que estão a voltar para casa em números recorde", garantiu, sublinhando que este movimento está a impulsionar a construção de fábricas de automóveis e de Inteligência Artificial a "níveis nunca vistos". O presidente disse ainda que, desde que assumiu o cargo, "100% de todos os empregos criados foram no setor privado" e "100% da criação líquida de emprego foi para cidadãos nascidos na América".Trump regressou ao tema da segurança fronteiriça, ao proclamar o fim da "invasão" por parte de um "exército de 25 milhões de pessoas" provenientes de "prisões e instituições mentais". Indo mais longe, declarou que o país vive agora uma "migração reversa" e lançou duras críticas à situação em estados como o Minnesota, onde afirmou que "somalis tomaram conta da economia do estado e roubaram biliões e biliões de dólares".Depois, num anúncio que visava surpreender a audiência, o presidente revelou a criação do "Warrior Dividend", um bónus de Natal para os militares. "Estamos a enviar a cada soldado 1776 dólares em honra da fundação da nossa nação em 1776", declarou, acrescentando que "os cheques já estão a caminho" e que a medida é financiada pelas receitas das tarifas. Trump aproveitou também para anunciar o portal trumprx.gov, prometendo que os custos dos medicamentos vão "descer a pique" através de negociações diretas com farmacêuticas e nações estrangeiras, com cortes que podem atingir os 600%.No plano externo e da segurança, o presidente dos EUA reivindicou ter resolvido "oito guerras em apenas dez meses", incluindo o fim do conflito em Gaza e a neutralização da ameaça nuclear do Irão, trazendo paz ao Médio Oriente "pela primeira vez em 3000 anos". Donald Trump terminou o discurso com uma nota de otimismo para 2026, ano em que os EUA celebrarão o seu 250.º aniversário e acolherão o Campeonato do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos: "Quando o mundo olhar para nós no próximo ano, que veja uma nação leal aos seus cidadãos, confiante na sua identidade e a inveja de todo o globo."