Trump anuncia tarifas comerciais recíprocas: "UE tem sido terrível connosco em termos fiscais"
Donald Trump anunciou esta quinta-feira medidas alfandegárias recíprocas em relação a produtos que são taxados nos parceiros comerciais norte-americanos.
As tarifas não deverão entrar em vigor antes de 1 de abril, anunciou o secretário do Comércio, Howard Lutnick, que disse que os estudos sobre quais os impostos que precisam de ser introduzidos em cada país devem ser concluídos até lá.
"Quem quiser vir para cá construir automóveis, força, não há tarifas. Vamos ter uma empregabilidade nunca antes vista e as taxas de juro vão descer", afirmou o presidente dos Estados Unidos, que não acredita que as medidas resultem num aumento da inflação no país: "Os preços podem subir um pouco no curto prazo, mas também vão descer."
"A União Europeia tem sido muito dura para com as nossas empresas. Processaram a Apple e o Facebook. É muito complicado lá", criticou o líder da Casa Branca, que revelou que companhias aéreas já lhe telefonaram a pedir ajuda para lidar com a União Europeia e atacou também o vizinho do norte, o Canadá.
"Todos adoramos a Europa, mas a União Europeia tem sido terrível connosco em termos fiscais. O Canadá também, mas vai pagar. Não precisamos de produtos do Canadá, mas eles sobrevivem porque consumimos 95% do que eles produzem. Os impostos do Canadá poderiam baixar. O Canadá será mais um candidato a tornar-se num estado dos Estados Unidos", acrescentou, voltando a atirar farpas à União Europeia.
"No meu primeiro mandato éramos nós que pagávamos praticamente tudo à NATO. Não nos tratam adequadamente em termos de defesa e em termos comerciais. Porque é que nós estamos a pagar mais à Ucrânia do que a Europa?", questionou.
No domingo, Trump tinha prometido que iria anunciar esta semana medidas alfandegárias recíprocas em relação a produtos que são taxados nos parceiros comerciais norte-americanos.
"Se eles nos estão a cobrar 130% e nós não lhes estamos a cobrar nada, não vai continuar assim", disse nesse dia aos jornalistas.
Nesse sentido, o político republicano afirmou que estas tarifas serão postas em prática "quase imediatamente" para "todos os países". No entanto, deverão afetar mais países como Índia ou Brasil.
Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), o líder norte-americano impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu quotas isentas de impostos a vários parceiros comerciais, incluindo o Canadá, o México, a Austrália e o Brasil.