Tribunal ordena prisão de rival político do presidente da Turquia
Um juiz ordenou este domingo a prisão por corrupção do presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, cuja detenção na quarta-feira desencadeou uma onda de protestos na Turquia, disse um dos seus advogados.
Acusado de corrupção e terrorismo, Imamoglu, principal rival do Presidente Recep Tayyip Erdogan, foi levado no sábado à noite com 90 dos seus coarguidos para o tribunal de Caglayan, em Istambul. Os seus advogados já anunciaram, entretanto, que vão recorrer da decisão.
"É claro que vamos recorrer da ordem de prisão", disse um dos advogados à AFP.
Imamoglu é considerado o principal opositor do Presidente Recep Tayyip Erdogan e deveria ser consagrado hoje como candidato dos sociais-democratas do Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco) às próximas eleições presidenciais.
Numa declaração divulgada nas redes sociais através dos advogados, Imamoglu pediu aos apoiantes que não desanimassem e prometeu que não desistirá de lutar contra Erdogan.
Imamoglu foi ouvido duas vezes durante a noite pelo tribunal, para onde foi transportado sob forte presença policial, segundo a agência francesa AFP.
Dezenas de milhares de pessoas concentraram-se no sábado, pela quarta noite consecutiva, em frente à autarquia de Istambul para apoiar Imamoglu.
A multidão tornou-se ainda mais densa e numerosa, invadindo os comboios do metro e os arredores congestionados do edifício da Câmara Municipal, agitando bandeiras e cartazes que expressavam a sua ira: "Os ditadores são cobardes", "O AKP (partido no poder) não nos vai silenciar".
Imamoglu foi levado ao início da noite, com 90 dos seus coarguidos, para um tribunal cercado, protegido por dezenas de carrinhas da polícia de choque e um forte cordão policial, para ali ser presente a um procurador do Ministério Público turco.