Violência nos festejos do 1º de Maio em Paris
Os festejos do 1º de Maio em Paris ficaram marcados por momento de tensão entre a polícia e "várias centenas de extremistas", que foram dispersados com o uso de gás lacrimogéneo. Não sem antes terem destruído montras de lojas e vandalizado uma paragem de autocarro.
De acordo com dados da Confederação Geral do Trabalho (CGT) francesa, estão previstas mais de 260 marchas em todo o país, sendo esperados mais de 300 mil manifestantes. Destes, 100 mil em Paris.
"Este dia de manifestações é um grande sucesso", defende a líder sindical Sophie Binet em declaração aos meios de comunicação franceses.
Na capital francesa, a manifestação começou às 14 horas, e ligando a Place d'Italie à Place de la Nation. O líder da França Insubmissa (LFI, esquerda radical), Jean-Luc Mélenchon, discursou antes do desfile, apelando à queda do atual Governo de centro-direita do primeiro-ministro francês, François Bayrou. Referiu-se também à situação da ArcelorMottal, empresa que tem um plano de corte de cerca de 600 empregos, reclamando a sua nacionalização, como refere o jornal Le Monde. Jean-Luc Mélenchon exigiu também o regresso da reforma aos 60 anos.
O referido jornal avança que o desfile parisiense ficou marcado por confrontos, com "manifestantes vestidos de preto, alguns carregando bandeiras antifascistas", que "desafiaram e empurraram violentamente autoridades eleitas e ativistas do Partido Socialista que estavam posicionados ao longo do trajeto da manifestação".
A eurodeputada socialista Chloé Ridel declarou na rede X que os socialistas foram " insultados e depois atacados pelos black blocs: eles arrancaram-nos bandeiras e faixas, chutaram, socaram e lançaram petardos". E acrescentou: "Não tenho palavras suficientemente fortes para condenar o ódio e a violência que enfrentamos " .
Terão sido detidas mais de quatro dezenas de manifestantes e registados mais de uma dezenas de feridos, em especial entre polícias e gendarmes. O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, condenou de imediato os atos de violência, considerando que a política "deve ser sempre conduzida com respeito pela integridade dos indivíduos".