A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) demarcou-se dos atos de vandalismo praticados por “oportunistas” contra pessoas inocentes, bens públicos e privados, no âmbito da paralisação dos taxistas em Luanda, e anunciou a suspensão da greve, que começou esta segunda-feira, 28 de julho.A ANATA, em comunicado, afirma que os atos de vandalismo, pilhagem de armazéns e instituições, arruaça, barricadas e danificação de viaturas públicas e privadas foram praticados por oportunistas não associados à organização.Segundo a associação dos taxistas, a paralisação pacífica, ordeira, serena e silenciosa, agendada entre 28 e 30 de julho, com o lema “fica em casa”, foi convocada há mais de 20 dias pelas plataformas das associações e cooperativas de taxistas que, depois do diálogo mantido com o governador de Luanda, ficou cancelada.A capital angolana registou episódios de violência, saques e barricadas nas primeiras horas desta segunda-feira, na sequência da greve convocada pelos taxistas contra a subida do combustível e da tarifa de táxi, facto que motivou a intervenção da polícia angolana com vários meios de dissuasão para travar os protestos.Houve relatos de feridos e mortos, conforme imagens partilhadas nas redes sociais, ainda não confirmadas pelas autoridades policiais, tendo a polícia indicado apenas a detenção de uma centena de pessoas.“Para evitar que indivíduos estranhos à classe e aproveitadores, com fins inconfessos, continuem a perturbar a paz social”, a ANATA e demais associações e cooperativas reiteram que a paralisação antes anunciada foi cancelada. Apelam aos taxistas para continuarem a exercer o seu trabalho com normalidade e sublinham que terça-feira será um dia normal de trabalho, augurando que o retorno à atividade seja feito com serenidade, urbanidade e disciplina. Asseguram ainda abertura ao diálogo com as autoridades para a melhoria das condições da atividade de táxi.Mais de 100 detidosA Polícia Nacional de Angola disse que mais de 100 pessoas suspeitas de atos de vandalismo. Segundo o porta-voz da Polícia Nacional, subcomissário Mateus Rodrigues, a situação atual é estável e os focos de desordem registados de manhã já estão controlados.“Nós temos as nossas forças a controlarem esses locais”, disse Mateus Rodrigues em declarações à imprensa, frisando a apreensão de alguns bens “na posse dos indivíduos que cometeram os atos de violência” registados em vários pontos da capital angolana. A Polícia contabilizou a destruição de cerca de 20 autocarros de transportes públicos, estando por contabilizar os veículos particulares danificados.O porta-voz da Polícia Nacional desencorajou os cidadãos a enveredar por “qualquer ato de desobediência”. De acordo com a fonte, as forças de segurança pública “não vão tolerar esses atos de desordem pública e serão tomadas medidas drásticas, medidas cabais, no sentido de se repor a ordem pública a todo o custo”.“Queremos reiterar, desencorajar, os cidadãos que estão a praticar este tipo de atos, estamos a investigar (…) temos dados, temos imagens, nós continuamos com a investigação e todos aqueles que praticaram os atos de pilhagem serão detidos, para além destes 100, haverá outras detenções e todos eles serão levados aos órgãos de justiça”, afirmou..Violência paralisa Luanda no regresso de João Lourenço e consulado aconselha evitar deslocações desnecessárias.Tailândia e Camboja acordam cessar-fogo em conflito fronteiriço