Surto entre estudantes em Palma de Maiorca provoca mais de 1700 infeções
Esta terça-feira, a Polícia local de Palma teve de intervir face ao que descreveu como "atos de vandalismos" praticados pelos jovens que estão alojados e em confinamento no hotel Bellver.
O que em Espanha já chamam de macro surto de covid-19, associado a viagens de estudantes até Palma de Maiorca, soma já 1700 infeções.
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Tanto os infetados como os seus contactos próximos tiveram de ficar confinados em hotéis, mas um dos estudantes fugiu e entretanto regressou, confirmou esta quarta-feira a delegada do Governo nas Ilhas Baleares, Aina Calvo.
Esta terça-feira, a Polícia local de Palma teve de intervir face ao que descreveu como "atos de vandalismos" praticados pelos jovens que estão alojados e em confinamento no hotel Bellver.
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Segundo o Diario de Mallorca, os jovens atiraram objetos para a rua a partir de varandas e gritaram para as pessoas que passavam na rua.
Aina Calvo admitiu que as autoridades das ilhas nunca tinham enfrentado um caso em que uma parte da população recusasse o confinamento devido a um teste positivo ou a um contacto próximo.
De acordo com um relatório da polícia local, apareceu no hotel uma equipa para verificar o lançamento de objetos, a reprodução de música em alto volume e a gritaria após as queixas de particulares e clientes de hotéis vizinhos.
Paralelamente, está a ser investigada a venda de álcool para um grupo de estudantes num bar nas imediações do hotel. Os seguranças da unidade hoteleira informaram as autoridades de que o álcool chegava aos jovens através de baldes amarrados a lençóis nas varandas.
"Isso diz muito sobre esses jovens, mas mais sobre o bar", disse a Ministra da Presidência, Mercedes Garrido
O aumento das infeções entre os grupos de pessoas não vacinadas, especialmente os mais jovens, acelerou os planos de vacinação das comunidades autónomas espanholas que agora pretendem começar a imunizar os menores de 30 anos em julho, de modo que algumas regiões já iniciaram a aceitar inscrições no sistema de auto agendamento.
A decisão de incluir os jovens nas campanhas de vacinação coincidiu precisamente com o aparecimento de um grande surto relacionado com as viagens de fim de ano de estudantes às Ilhas Baleares, que mantêm isoladas 249 pessoas em Palma e colocaram em quarentena mais de 4 mil pessoas.
Ao todo, oito comunidades autónomas espanholas notificaram cerca de mil casos positivos ligados às viagens de fim de ano a Maiorca (a maior ilha das Baleares), sendo a Comunidade de Madrid a mais afetada com 656 infeções.
Os contágios começaram num concerto a que foi posto fim pela polícia por não cumprir as medidas preventivas como a distância de segurança e o uso de máscaras. As festas em hotéis e barcos que estes jovens frequentavam desde meados do corrente mês também terão contribuído para a disseminação da covid-19.
O número de contágios de covid-19 em Espanha continua a aumentar, tendo subido esta terça-feira para quase 107 casos diagnosticados por cada 100.000 habitantes nas últimas duas semanas, mais sete casos do que na segunda-feira, segundo o Ministério da Saúde espanhol.
A incidência acumulada subiu dos 100,06 casos comunicados na segunda-feira para os 106,82 desta terça-feira, sendo as comunidades autónomas espanholas com os níveis mais elevados as da Cantábria (180), Andaluzia (164), Catalunha (147), La Rioja (134) e Canárias (113).
De salientar que entre os jovens de 20 a 29 anos a incidência acumulada alcança os 251 casos.
Espanha também registou 7.091 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 3.799.733 o total de infetados até agora.
Os serviços sanitários notificaram ainda mais 40 mortes atribuídas à pandemia desde segunda-feira, havendo agora um total de 80.829 óbitos.
Nas últimas 24 horas, deram entrada nos hospitais de todo o país 284 pessoas com a doença (204 na segunda-feira), das quais 67 na Andaluzia, 54 na Catalunha, 30 na Comunidade Valenciana e 26 em Madrid.
Por outro lado, desceu para 2.389 o número de hospitalizados com covid-19 (2.495), o que corresponde a 2,0% das camas, dos quais 620 pacientes estão em unidades de cuidados intensivos (644), 6,7% das camas desses serviços.