Um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou esta segunda-feira, 4 de agosto, que Jair Bolsonaro passe a cumprir prisão domiciliária com proibição de visitas, à exceção da família, e recolha de telemóveis. Segundo Alexandre de Moraes, o ex-presidente, réu por tentativa de golpe de estado e outros crimes, não cumpriu as medidas cautelares anteriores a que estava obrigado. Em causa, o uso de redes sociais de aliados – incluindo dos três filhos políticos – para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao STF e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no poder judicial brasileiro”.Em manifestações a favor da amnistia de Bolsonaro no domingo, um dos organizadores do ato no Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro, primogénito de Bolsonaro, colocou o pai ao telefone para falar ao público. “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos", disse o ex-presidente na ocasião.“Não há dúvidas”, prossegue Moraes, “de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”. Para o juiz, a atuação do ex-presidente, mesmo sem o uso direto de seus perfis, “burlou de forma deliberada a restrição imposta anteriormente”.O despacho sublinha que as condutas de Bolsonaro demonstram “a necessidade e adequação de medidas mais gravosas de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do réu”.Bolsonaro está então obrigado a cumprir prisão domiciliária na morada residencial, além do uso de tornozeleira eletrónica, proibição de visitas, salvo por familiares próximos e advogados e entrega de todos os telemóveis disponíveis no local.