Sunak pede desculpa pela derrota e deixa a liderança do Partido Conservador. "É um dia difícil"
Rishi Sunak pediu desculpa pela derrota do Partido Conservador nas eleições legistlativas de quinta-feira no Reino Unido. Antes de formalizar a demissão do cargo de primeiro-ministro ao rei Carlos III, Sunak proferiu um discurso de despedida em frente ao número 10 de Downing Street, afirmando que vai deixar a liderança dos 'Tories', após o Partido Trabalhista conquistar a maioria absoluta.
"É um dia difícil, no final de vários dias difíceis", admitiu Sunak, afirmando que deu "tudo" ao cargo de primeiro-ministro, mas, reconheceu, os eleitores "enviaram um sinal claro de que o governo do Reino Unido tem de mudar".
Assumiu a responsabilidade pela derrota histórica do Partido Conservador perante a maioria absoluta conquistada pelos trabalhistas, liderados por Keir Starmer. "Peço desculpa que não tenhamos conseguido dar resposta ao que os vossos esforços mereciam", disse Sunak.
"Ouvi a vossa raiva, deceção, e assumo a responsabilidade", referiu ainda, destacando, no entanto, a descida da inflação e a liderança no apoio à Ucrânia durante a sua governação.
Rishi Sunak disse que vai deixar a liderança dos conservadores, mas a demissão não será imediata. "Na sequência deste resultado, demitir-me-ei do cargo de líder do partido, não imediatamente, mas quando estiverem concluídos os preparativos formais para a seleção do meu sucessor", esclareceu.
Sobre o seu sucessor, Keir Starmer, afirmou: "um homem decente e de espírito público que eu respeito". Acrescentou ao dizer que o líder dos trabalhistas e a sua família "merecem compreensão" durante a transição para o número 10 de Downing Street.
"Deixo o cargo honrado por ter sido o vosso primeiro-ministro. Este é o melhor país do mundo. E isso deve-se inteiramente a vocês, o povo britânico, a verdadeira fonte de todas as nossas conquistas, da nossa força e da nossa grandeza. Obrigado", concluiu Sunak, que agradeceu ainda o apoio da mulher e das filhas pelos "sacrifícios que fizeram" para que pudesse servir o país”.
Depois de oficializar a demissão de Rishio Sunak, o rei Carlos III vai nomear Keir Starmer primeiro-ministro e o líder do Partido Trabalhista irá ao fim da manhã para a residência situada no número 10 de Downing Street.
O Partido Trabalhista venceu as eleições de quinta-feira com uma ampla maioria e regressa ao poder após 14 anos na oposição.
Quando faltava atribuir dois dos 650 lugares no parlamento, os trabalhistas tinham 412 deputados, contra 121 dos conservadores e 71 dos liberais democratas, segundo resultados provisórios divulgados pela BBC.