Stoltenberg deixa aviso: “Orbán apenas representa a Hungria”
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, desvaloriza a visita do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a Moscovo, dizendo que apenas “representa o próprio país”.
A falar em Bruxelas, esta sexta-feira, a menos de uma semana da Cimeira da NATO, em Washington, Stoltenberg afirma que estes encontros não são inéditos e até espera que Orbán informe os aliados sobre os resultados da reunião com Putin.
“O Primeiro-Ministro Viktor Orbán já esteve em Moscovo antes e, posteriormente, informou-nos sobre as visitas. Discutimos essas visitas após o seu regresso”, assegurou Jens Stoltenberg, manifestando “expectativa” de que, “quando Viktor Orbán estiver em Washington, na cimeira da NATO, na próxima semana, haverá oportunidades para debater e abordar as discussões que teve em Moscovo”.
“Isto é algo que acontece regularmente entre aliados”, frisou o secretário-geral da Aliança Atlântica, destacando que, apesar da visita a Moscovo, Viktor Orbán está alinhado no essencial com a NATO.
“Visitei a Hungria há apenas algumas semanas [e] encontrei-me com o Primeiro-Ministro Viktor Orbán [onde discutimos] a guerra de agressão da Rússia”, afirmou.
“Todos os aliados - e também a Hungria - concordam que a Rússia é responsável pela guerra [e que] a Rússia é a perpetradora e a Rússia pode acabar com esta guerra hoje ao parar de atacar a Ucrânia”, apontou.
No caso da visita a Moscovo, Stoltenberg afirma que apenas vincula a Hungria. “Viktor Orbán não está a representar a NATO nestas reuniões. Ele está a representar o seu próprio país”, vincou Stoltenberg.
Questionado sobre a possibilidade de um acordo de paz com Moscovo, Jens Stoltenberg considera que as condições propostas por Vladimir Putin demonstram o contrário.
“Não há sinais de que o Presidente Putin esteja realmente pronto para negociar pela paz, porque vimos a última proposta dele, para a Ucrânia ceder todo o território nas quatro províncias que ele anexou”, considerou, lembrando que “ele também disse que não só a Ucrânia deveria ceder muito mais território do que a Rússia ocupa hoje, mas também deveria prometer que abriria mão do direito que qualquer nação tem de escolher o seu caminho, para não ser membro da NATO”.