Tanques israelitas dispararam esta terça-feira, 17 de junho, contra uma multidão que tentava obter ajuda de camiões em Khan Yunis, matando pelo menos 59 palestinianos, denunciaram as autoridades de saúde de Gaza. O Exército israelita reconheceu ter disparado na zona e informou que o incidente estava a ser investigado.Mohammed Saqer, médico no Hospital Nasser, afirmou que quase 700 feridos foram assistidos em hospitais em Khan Yunis, descrevendo a situação ao jornal The Guardian como um incidente, com "um grande número de feridos", quando "tanques atacaram as pessoas que aguardavam por comida e ajuda humanitária". De acordo com a Reuters, que fala no pior número de mortos num só dia desde que a ajuda humanitária foi retomada em Gaza em maio, as vítimas estavam a ser levadas de urgência para o hospital em carros civis, riquexós e carroças puxadas por burros. “A maioria dos casos está em estado grave, devido aos projéteis dos tanques e agora a situação no complexo médico de Nasser está fora de controlo”, explicou Mohammed Saqer, revelando que estavam “a sofrer muito devido à falta de material e instrumentos médicos, para além da falta de pessoal médico e de enfermagem”.As Forças de Defesa de Israel (IDF) explicaram que “foi identificada uma aglomeração junto a um camião de distribuição de ajuda humanitária que ficou retido na zona de Khan Yunis e junto às tropas das IDF que operavam na região”, reconhecendo estarem cientes “de relatos sobre vários feridos por disparos das IDF após a aproximação da multidão”“Os detalhes do incidente estão sob análise. As IDF lamentam qualquer dano causado a indivíduos não-envolvidos e trabalham para lhes minimizar ao máximo os danos, mantendo a segurança das nossas tropas”, refere o mesmo comunicado do Exército. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou esta terça-feira, 17 de junho, que o sistema de saúde na Faixa de Gaza está num “ponto de rutura”, apelando a que seja autorizada a entrada de combustível no enclave palestiniano de forma a manter os restantes hospitais a funcionar. “Durante mais de 100 dias, não entrou combustível em Gaza e as tentativas de recuperar os stocks das zonas de evacuação foram negadas. Combinado com a escassez crítica de fornecimentos, isto está a levar o sistema de saúde à beira do colapso”, disse à AFP Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinianos. Este responsável referiu ainda que apenas 17 dos 36 hospitais de Gaza estão atualmente em funcionamento mínimo ou parcial, o que corresponde a cerca de 1500 camas, perto de 45% menos do que antes do início do conflito. E informou que todos os hospitais e centros de saúde primários no norte do enclave estão atualmente fora de serviço..Palestinianos e israelitas pedem em Lisboa que Gaza não seja esquecida