Síria pede ajuda à União Europeia para esforços de socorro
A UE confirmou o pedido das autoridades sírias, que entretanto foi encaminhado para os 27 Estados membro. Também os capacetes brancos solicitaram o envio de mais ajuda para o resgate das vítimas.
A Síria pediu esta quarta-feira ajuda à União Europeia (UE) para os trabalhos de socorro, tal como já tinha feito a Turquia, na sequência dos terramotos que assolaram ambos os países, revelou a Comissão Europeia.
Relacionados
O comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, confirmou esta quarta-feira o pedido de Damasco e apelou à solidariedade dos Estados-membros para com a Síria.
"Esta manhã, recebemos um pedido de ajuda do Governo sírio através do mecanismo [europeu] de proteção civil", anunciou Lenarcic, numa conferência de imprensa em que apresentou recomendações do executivo comunitário para reforçar a resiliência da União Europeia a catástrofes naturais e emergências de grandes dimensões.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
O pedido, salientou, foi encaminhado para os 27, esperando a Comissão que estes respondam com o envio da ajuda solicitada, destacando o comissário que Bruxelas vai acompanhar a prestação de assistência para garantir que esta "não é desviada" e chega a quem dela necessita.
Também os 'capacetes brancos', socorristas das zonas rebeldes na Síria, pediram esta quarta-feira à comunidade internacional o envio de equipas de busca e salvamento para os ajudar nas operações para encontrar sobreviventes sob os escombros após os mortíferos sismos de segunda-feira.
"Pedimos à comunidade internacional que assuma as responsabilidades em relação às vítimas civis. Precisamos que equipas internacionais de resgate nas nossas regiões", disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) Mohammad al-Hammad, porta-voz dos 'capacetes brancos'. "É uma verdadeira corrida contra o tempo. Estão pessoas a morrer sob os escombros a cada segundo que passa", acrescentou.
Com o passar do tempo, "diminuem as hipóteses de salvar pessoas ", disse o porta-voz, contactado por telefone pela AFP na Turquia. "Precisamos de equipamentos pesados e de peças de substituição para os nossos equipamentos".
Os 'capacetes brancos', com base em anos de experiência adquirida durante a guerra na Síria, estão a liderar as operações de socorro no norte do país, controlado pelos rebeldes após o terremoto. "De acordo com nossas informações, centenas de famílias ainda estão desaparecidas ou presas sob os escombros", acrescentou al-Hammad, lamentando que os 'capacetes brancos' não disponham de "cães de busca" para determinar sob que prédios desabados podem existir vítimas ainda com vida.
A UE já mobilizou 25 equipas de busca e salvamento, envolvendo perto de 1.200 socorristas oriundos de 21 países, incluindo Portugal, para ajudar as autoridades turcas nas operações de resgate que prosseguem depois do sismo de segunda-feira. Terça-feira à noite, o ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido anunciou a disponibilização de 800.000 libras (cerca de 900 300 euros) adicionais aos 'capacetes brancos'.
Na Turquia estão contabilizadas pelo menos 8.574 vítimas mortais e na Síria foram retirados 2.662 cadáveres dos escombros, sendo mais de metade das mortes reportadas nas áreas rebeldes do norte e noroeste do país, perto da Turquia, onde vivem cerca de quatro milhões de pessoas. Nessas áreas, a ajuda é entregue através de um único ponto de passagem da Turquia.
Segundo as Nações Unidas, a estrada, porém, ficou danificada com o sismo de 7,8 na escala de Richter e sequelas, o que obrigou à interrupção temporária das operações de socorro.