A Ucrânia está a sofrer as consequências do encerramento do governo federal dos Estados Unidos, com a entrega de armas e munições para os países da NATO em suspenso. Segundo o site Axios, mais de 5 mil milhões de dólares em material está por distribuir.A paralisia das agências federais, incluindo o gabinete do Departamento de Estado responsável pela aprovação de contratos de exportação, levou a que tenha sido adiada a entrega de sistemas de lançamento múltiplo de foguetes HIMARS , do sistema de combate Aegis e de mísseis para a Dinamarca, Croácia e Polónia. Com a administração Trump, os Estados Unidos deixaram de fornecer diretamente a Ucrânia. Os aliados respondem aos pedidos de Kiev através de um programa articulado entre os EUA e a NATO. Nalguns casos, os sistemas e armamento seguem para a Ucrânia, noutros vão para renovar as forças dos países, que depois transferem o que têm em uso para o país sob invasão russa. Em setembro, a administração Trump aprovou os dois primeiros pacotes de ajuda militar para a Ucrânia sob essa nova iniciativa.Um alto funcionário do Departamento de Estado afirmou ao Axios que a situação está a “prejudicar tanto os aliados e parceiros como a indústria norte-americana na entrega real de muitas dessas capacidades críticas no estrangeiro”. Esta fonte disse ainda que apenas um quarto do pessoal do Escritório de Assuntos Político-Militares está a trabalhar, com todas as consequências que isso acarreta para o processamento dos acordos.A esse propósito, o presidente da Comissão das Relações Internacionais do Senado, o republicano James Risch, comentou: “A China e a Rússia não estão paradas; os seus esforços para minar os EUA e os nossos parceiros e aliados tornam-se mais fáceis, enquanto a nossa base industrial sofre e as necessidades dos nossos aliados ficam por satisfazer.”Enquanto as forças russas e ucranianas prosseguem os ataques mútuos às infraestruturas energéticas, deixando populações sem eletricidade, o chefe da diplomacia russa sinalizou vontade de se encontrar com o homólogo dos EUA. “O secretário de Estado Marco Rubio e eu compreendemos a necessidade de uma comunicação regular”, disse Sergei Lavrov à agência RIA Novosti, citado pela Reuters. “É importante para discutir a questão ucraniana e promover a agenda bilateral. É por isso que comunicamo-nos por telefone e estamos prontos para realizar encontros presenciais quando necessário.” Porém, voltou a deixar como pré-condição que “ninguém põe em causa a integridade territorial da Rússia e a escolha dos habitantes da Crimeia, do Donbass e da Novorossiya de se reunirem com a sua pátria histórica”. Novorossiya era o nome que a Rússia imperial dava às regiões de Odessa, Kherson, Zaporíjia e Dnipropetrovsk.