Serviços secretos lituanos preveem que Rússia continue guerra por mais dois anos

Serviços secretos lituanos preveem que Rússia continue guerra por mais dois anos

Segundo os serviços secretos da Lituânia, o elevado preço do petróleo, a evasão às sanções internacionalmente impostas a Moscovo e os investimentos estatais permitirão à Rússia prosseguir as suas ações.
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Os serviços secretos da Lituânia indicaram esta quinta-feira que a Rússia tem recursos suficientes para continuar a combater na Ucrânia durante mais dois anos, embora referindo que a reforma do Exército planeada pelas Forças Armadas poderá levar cinco anos.

Tal afirmação foi feita por Elegijs Paulavicius, diretor do Segundo Departamento de Investigação (AOTD) lituano, uma agência de informações do Ministério da Defesa do país.

Segundo Paulavicius, a duração real do conflito dependerá da situação na linha da frente de batalha.

O elevado preço do petróleo, a evasão às sanções internacionalmente impostas a Moscovo e os investimentos estatais permitirão ao "país agressor" prosseguir as suas ações, considerou.

"Moscovo é capaz de analisar as lições aprendidas e aumentar a sua capacidade de combate", alertou o responsável.

"A Ucrânia é a principal prioridade da Rússia neste momento. Tendo em conta os acontecimentos dos últimos anos e o apoio de atores como a Coreia do Norte, a China e o Irão, o conflito na Ucrânia vai continuar", afirmou, segundo a estação televisiva pública lituana LRT.

Além disso, os relatórios dos serviços secretos sugerem que os serviços bielorrussos aumentaram agora os seus esforços para recrutar lituanos que atravessam a fronteira entre os dois países.

Se a guerra se transformar num confronto a longo prazo, deverá ser abordada "como uma versão da Guerra Fria, em que existiu um grande movimento de forças e manobras militares em grande escala", defendeu o responsável dos serviços secretos da Lituânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia, já no seu terceiro ano, fez até agora dezenas de milhares de mortos, civis e militares, de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

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