A segunda volta das eleições presidenciais na Roménia, marcada para dia 18, vai ser disputada entre o candidato populista e eurocético George Simion e o pró-europeu Nicusor Dan. De acordo com os resultados do escrutínio deste domingo, o líder da Aliança para a União dos Romenos (AUR) obteve 40,96% votos, quase o dobro dos 20,99% alcançados pelo presidente da Câmara de Bucareste. O primeiro-ministro romeno, o social-democrata Marcel Ciolacu, anunciou esta segunda-feira a sua demissão, após o candidato apoiado pela coligação no poder ter sido eliminado da corrida - Crin Antonescu disputou o segundo lugar com Dan, mas foi derrotado por uma diferença de cerca de 80 mil votos.“Esta não é apenas uma vitória eleitoral, é uma vitória da dignidade romena. É a vitória daqueles que não perderam a esperança, daqueles que ainda acreditam na Roménia, um país livre, respeitado e soberano”, afirmou Simion.Líder da extrema-direita romena e um confesso admirador de Donald Trump, Simion não é um grande adepto da União Europeia, mas é favorável à NATO, duas instituições à qual a Roménia pertence, ao mesmo tempo é contra o apoio à Ucrânia, país no qual está proibido de entrar. A sua vitória no dia 18 poderá levar a que Bucareste se junte às vozes dissonantes na UE - Hungria e Eslováquia - nomeadamente na ajuda a Kiev. A primeira pista nesse sentido foi dadas nas declarações que o líder da AUR fez já esta segunda-feira, ao garantir que acredita numa UE “que prospera como um ninho para as suas nações diversas e soberanas, não como um sistema rígido que impõe políticas universais”.Simion prometeu ainda, em caso de vitória, nomear Calin Georgescu primeiro-ministro, seja através de um referendo, eleições antecipadas ou formação de uma nova coligação governamental. Para tal conta com o apoio das forças de extrema-direita, que controlam cerca de 35% do parlamento.Georgescu, um quase desconhecido candidato de extrema-direita, venceu a primeira volta das presidenciais de novembro, anulada pelo Constitucional por suspeita de interferência russa. O mesmo tribunal decidiu que Georgescu não poderia voltar a candidatar-se. Para o independente Nicusor Dan a votação de dia 18 será “uma luta” entre um posicionamento do país a favor ou contra o Ocidente. “Uma difícil segunda volta está a chegar, com o candidato isolacionista”. “A nossa tarefa é convencer os romenos de que a Roménia precisa da direção ocidental e é disso que se trata a nossa campanha nas próximas duas semanas”, prosseguiu o autarca de Bucareste, dizendo acreditar na sua vitória: “Estou otimista de que venceremos esta batalha e que a Roménia manterá uma direção ocidental”.