Olaf Scholz declarou-se vencedor do debate de domingo à noite com o líder dos democratas-cristãos, Friedrich Merz. “Planeio vencer estas eleições e penso que [o debate] também demonstrou que é possível”, disse o chanceler da Alemanha à Radio Eins depois de uma tensa troca de argumentos durante hora e meia.
Segundo uma sondagem realizada pela empresa Wahlen, 37% dos espectadores concordam com o social-democrata; 34% viram no líder da CDU quem levou a melhor; e 29% não viram quem se destacasse. Com a mais recente sondagem INSA a indicar que o SPD se mantém em 3.º nas intenções de voto, Scholz mostrou-se na ofensiva, ao perguntar como é que “alguém poderia ser tão estúpido” perante a promessa de Merz de expulsar para os países vizinhos todos os requerentes de asilo. “É um risco insano para a coesão da UE”, disse o chanceler, ao falar sobre a imigração, considerado o problema mais urgente por 37% dos alemães.
A economia é o segundo problema, apontado por 34%. Scholz responsabilizou a invasão russa da Ucrânia pelo aumento do preço da energia. “Você não vive na realidade, mas num conto de fadas”, retrucou Merz. Este reiterou que não se coligará com a AfD (extrema-direita, em 2.º lugar nas sondagens), mas há dias os deputados da CDU e da AfD juntaram os votos numa moção pelo endurecimento da política migratória. “Você quebrou um tabu e já não confio em si”, atirou Scholz.
No entanto, se não houver surpresas nas urnas, e se Merz cumprir a promessa de não se virar para a extrema-direita, CDU e SPD estarão condenados a entender-se para formar uma coligação pós-eleitoral.
Está previsto um debate a quatro no dia 16, que inclui Alice Weidel (AfD) e Robert Habeck (Verdes). As eleições realizam-se no dia 23.