Mark Rutte é desde ontem secretário-geral da NATO.
Mark Rutte é desde ontem secretário-geral da NATO.EPA/OLIVIER HOSLET

Rutte diz que Kiev é uma prioridade da NATO e desdramatiza Trump

Novo secretário-geral da NATO afirma que é preciso um maior investimento em defesa para manter a Aliança forte. E que deve haver consequências para a China pelo seu papel na guerra da Ucrânia.
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Mark Rutte assumiu ontem o cargo de secretário-geral da NATO, sucedendo a Jens Stoltenberg, que esteve à frente da organização durante 10 anos. Na hora da passagem de testemunho, o norueguês afirmou que a Aliança “está em boas mãos” e que o ex-primeiro-ministro neerlandês tem “toda a experiência” para ser um “grande secretário-geral”. Já Rutte, na primeira intervenção no novo cargo, deixou claro qual será uma das suas prioridades, ao dizer que “não pode haver segurança duradoura na Europa sem uma Ucrânia forte e independente”.

“O custo de apoiar a Ucrânia é muito, muito menor do que o custo que enfrentaríamos se permitirmos que Putin conseguisse o que quer”, afirmou Rutte, garantindo ainda o seu compromisso com a ideia de que “o lugar legítimo da Ucrânia é na NATO”. O novo secretário-geral da Aliança também diz que deve haver consequências para a reputação da China, por “alimentar o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”. O Kremlin admitiu ontem que “não espera nada novo” da NATO após a tomada de posse de Rutte.

Sobre a possibilidade de Donald Trump regressar à Casa Branca, Rutte agradeceu a pressão que o republicano exerceu durante o seu mandato, dizendo que, “graças a ele, aumentámos a despesa em defesa.”

O neerlandês já conversou com os candidatos e disse que tanto Kamala Harris como Donald Trump estão alinhados na necessidade de reforçar a NATO, admitindo, porém, que “vai ser uma tarefa árdua assegurar que continuamos todos unidos, mas vamos continuar porque é necessário”. “Eles entendem que [a NATO] é crucial não só para a Europa, é crucial para a sua própria defesa e segurança. Se a Rússia tiver sucesso e aumentar a sua influência nesta parte do mundo, isso vai ser uma ameaça à própria segurança dos Estados Unidos”, sublinhou.

Mas a primeira prioridade do novo secretário-geral, de acordo com o próprio, “é manter a NATO forte e garantir que as nossas defesas permanecem eficazes e credíveis contra todas as ameaças”. Para isso, referiu Rutte, “precisamos de mais forças, mais bem equipadas; uma indústria de defesa transatlântica mais robusta; aumento da capacidade de produção de defesa; maior investimento em inovação, e cadeias de abastecimento seguras”. “Mas para realmente adequarmos as nossas capacidades às nossas necessidades, precisamos de gastos significativamente maiores com a defesa”, prosseguiu, dizendo que trabalhará com “os aliados para garantir que investimos o suficiente, nas áreas certas, e que assumimos o fardo da nossa defesa coletiva de forma equitativa. Cada um de nós deve pagar a sua parte justa”.

A terceira prioridade é reforçar as parcerias da NATO “com o nosso parceiro único e essencial, a União Europeia, e com países de todo o mundo que partilham os nossos interesses e valores”, sublinhando que “aumentaremos também o nosso envolvimento com parceiros nas regiões do Médio Oriente, do Norte de África e do Sahel para promover a estabilidade na nossa vizinhança meridional” e “reforçaremos a cooperação com os nossos parceiros do Indo-Pacífico”.

ana.meireles@dn.pt 

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