Rússia tem de se preparar para guerra com a NATO, alerta ministro da Defesa
O ministro da Defesa russo, Andrey Belousov, alertou ontem, numa reunião com Vladimir Putin, que Moscovo tem de se preparar para uma guerra com a NATO, ao mesmo tempo que deve levar a bom termo o conflito contra a Ucrânia. No mesmo encontro, o presidente russo voltou a acusar os países da Aliança de representarem uma ameaça para a Rússia.
“O Ministério da Defesa da Rússia deve estar pronto para qualquer desenvolvimento de acontecimentos, incluindo um possível conflito militar com a NATO na Europa na próxima década”, declarou Belousov num encontro de altos quadros do Ministério da Defesa com Vladimir Putin, acrescentando que “isto é evidenciado pelas decisões que foram tomadas na cimeira da aliança do Atlântico Norte, realizada em julho, e também se reflete nos documentos doutrinários dos EUA e de outros países da NATO”.
Putin também falou da ameaça que os Aliados representam para Moscovo, referindo que “os países da NATO estão a aumentar as suas despesas militares. Os grupos de intervenção da Aliança foram formados e montados perto das fronteiras da Rússia”.
No mesmo encontro, Putin fez um balanço dos combates na Ucrânia, congratulando-se pelo ritmo a que as tropas estavam a avançar e por terem “a iniciativa estratégica” em todas as frentes no final deste “ano crucial”. Segundo uma análise da AFP com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra, as tropas russas avançaram 725 km2 em solo ucraniano durante o mês de novembro, o que representa o maior ganho territorial num único mês desde março de 2022.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, reconheceu ontem que a Rússia está a fazer “progressos graduais” na Ucrânia, admitindo que a situação terreno “é difícil”. E recordou que o inverno que agora se avizinha poderá ser “o mais difícil” para Kiev desde o início da invasão, “por isso, a Ucrânia precisa urgentemente do nosso apoio. Todos os aliados devem cumprir os compromissos assumidos na cimeira de Washington”.
Ontem ainda, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que vai conversar com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky para acabar com a “carnificina” da guerra na Ucrânia.