Rússia quer perceber o que Zelensky pretende dizer com "cimeira de paz" antes de aceitar convite para conversações
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov

Rússia quer perceber o que Zelensky pretende dizer com "cimeira de paz" antes de aceitar convite para conversações

Pela primeira vez, o presidente ucraniano manifestou-se favorável a uma participação russa numa nova cimeira de paz organizada por Kiev, após a ausência de Moscovo na conferência de junho na Suíça.
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A Rússia precisa primeiro de compreender o que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quer dizer quando fala em "cimeira de paz" antes de aceitar qualquer convite para conversações, fez saber esta terça-feira o Kremlin. 

"A primeira cimeira de paz não foi de todo uma cimeira de paz. Por isso, talvez seja necessário perceber primeiro o que ele quer dizer", afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, ao jornal Zvezda, após Zelensky ter dito que a Rússia "deveria" participar numa segunda cimeira de paz sobre o conflito, em curso desde 24 de fevereiros de 2022. 

"Penso que os representantes russos devem participar nesta segunda cimeira", afirmou Zelensky durante uma conferência de imprensa em Kiev, segundo a agência francesa AFP. 

É a primeira vez que Zelensky fala em conversações com a Rússia sem que as tropas russas se retirem do território ucraniano, como exigia anteriormente. 

No passado, recusou também conversar com Moscovo enquanto Vladimir Putin estivesse no poder e chegou mesmo a assinar um decreto que tornava ilegais as negociações com Moscovo.

Chefes de Estado e de governo de mais de 90 países reuniram-se na estância suíça de Bürgenstock, a 15 de junho, para uma cimeira de dois dias dedicada à resolução do maior conflito europeu desde a Segunda Guerra Mundial. China e a Rússia não estiveram presentes.

Na altura, o Kremlin criticou a reunião, afirmando que qualquer discussão sobre o fim do conflito que não incluísse a Rússia era "absurda".

A Ucrânia, liderada por Zelensky, afirma regularmente que quer recuperar todos os territórios ocupados pelo vizinho russo, incluindo a península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.

Com Lusa

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