Central nuclear de Zaporijia
Central nuclear de ZaporijiaAndrey BORODULIN / AFP

Rússia acusa ucranianos de ataque com drones nas imediações da central nuclear de Zaporijia

O ataque não terá causado vítimas, mas os russos garantem que um dos engenhos despenhou-se com uma carga explosiva junto à cantina da central.
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As autoridades russas da central nuclear de Zaporijia, na Ucrânia, denunciaram este domingo um ataque de drones ucranianos nas proximidades da central, sem que tenham sido registadas vítimas.

O ataque, segundo afirmam no seu canal Telegram, envolveu dois drones, o primeiro dos quais que se despenhou com uma carga explosiva perto de uma cantina da central.

A explosão danificou um camião que descarregava alimentos, segundo as autoridades, enquanto um segundo drone atingiu o cais de carga.

Segundo as autoridades, o ataque ocorreu 20 minutos depois de uma nova inspeção da Agência Internacional de Energia Atómica, a agência nuclear da ONU.

O exército ucraniano não comentou para já o assunto.

Agência da Energia Atómica confirma explosão

A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) já confirmou a explosão de um drone na central nuclear de Zaporijia.

A agência não identifica o autor do ataque, mas refere que os seus peritos, que este domingo visitavam as instalações, foram informados pelas autoridades russas da detonação do drone e que "tal detonação é consistente com as observações da AIEA".

"Peço-vos que se abstenham de ações que contradizem os cinco princípios da AIEA e que põem em perigo a segurança nuclear", declarou o diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, numa mensagem publicada nas redes sociais.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.

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