Os partidos pró-europeus da Roménia chegaram ontem a acordo para formar um governo de coligação maioritário de forma a excluir os nacionalistas de extrema-direita que conquistaram terreno nas legislativas realizadas no passado dia 1. Esta é a resposta destas forças políticas que tradicionalmente estão em lado opostos à surpresa da primeira volta das presidenciais, entretanto anuladas, quando Calin Georgescu, um candidato pró-russo quase desconhecido saiu vitorioso. Há ainda a possibilidade de esta nova coligação apresentar um único candidato quando as presidenciais forem repetidas no próximo ano..Desta forma, o novo governo romeno será formado pelo Partido Social Democrata (PSD), o mais votado nas legislativas e que se manterá no poder graças a uma vasta coligação com o Partido Nacional Liberal (PNL), de centro-direita, o reformista União para a Salvação da Roménia (USR) e o pequeno partido étnico húngaro UDMR. .“Nos próximos dias, os quatro partidos e os representantes das minorias nacionais irão trabalhar num programa de governo conjunto, centrado no desenvolvimento e nas reformas, ao mesmo tempo que abordam as prioridades dos cidadãos romenos”, informou a nova coligação, que terá de lidar com um Parlamento onde os três partidos de extrema-direita, alguns com visões pró-Rússia, obtiveram mais de um terço dos votos..Elena Lasconi, a líder da USR que era suposto enfrentar Georgescu na segunda volta das presidenciais, disse, após o acordo ter sido alcançado, que a Roménia está a atravessar “um período muito difícil” e que a redução das despesas do Estado e da burocracia fariam parte do programa de governo..Uma semana antes das legislativas, os romenos foram às urnas votar nas presidenciais, com o candidato de extrema-direita Calin Georgescu a vencer a primeira volta, depois de as sondagens lhe darem apenas cerca de 6% das intenções de voto. No sentido contrário, o primeiro-ministro Marcel Ciolacu, que era apontando como o favorito, não logrou passar à segunda volta..O surpreendente sucesso de Georgescu mergulhou o país, membro da UE e da NATO, numa grande agitação, com o surgimento de alegações de violações eleitorais e de interferência russa. Dias antes da segunda volta, prevista para o último domingo, o Constitucional tomou a decisão sem precedentes de anular a eleição..O presidente romeno, Klaus Iohannis - cujo segundo mandato termina no final deste mês, mas tendo já garantido que ficará em funções até ter um sucessor - disse que a data para a repetição das eleições presidenciais será fixada quando o novo governo tomar posse..com agências