Reza Pahlavi. Quem é o filho do último xá do Irão que chama Khamenei de "rato assustado" e apela à revolta?
O filho do último xá do Irão intensificou os seus apelos à mudança de regime, mostrando-se confiante de que a República Islâmica que derrubou o seu pai em 1979 "chegou ao fim e está em processo de colapso" após vários dias de bombardeamentos israelitas.
"Khamenei, como um rato assustado, escondeu-se debaixo da terra e perdeu o controlo da situação", disse Reza Pahlavi em relação ao líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei.
"O que começou é irreversível. O futuro é risonho e, juntos, vamos ultrapassar esta reviravolta na história", acrescentou numa mensagem vídeo, publicada nas redes sociais e legendada em inglês. "Que possamos estar juntos em breve."
Pahlavi, de 64 anos, é o filho mais velho de Mohammad Reza Pahlavi, o último xá do Irão, que morreu no Egito um ano depois de ter sido derrubado na revolução liderada pelo ayatollah Khomeini. Foi nomeado príncipe herdeiro em 1967, após a coroação do pai - que apesar de ter modernizado o Irão e da proximidade com o Ocidente, governava de forma autocrática suprimindo qualquer dissidência.
Desde o exílio (tem vivido a maior parte do tempo nos EUA), Pahlavi tem sido um crítico do regime iraniano, defendendo um Irão democrático e secular. Não pretende restaurar a monarquia, mas para muitos da diáspora iraniana e da oposição tem um papel simbólico a desempenhar e pode ser um potencial líder durante a transição.
Na mensagem no X, Pahlavi diz que "o fim da República Islâmica é o fim da guerra de 46 anos contra a nação iraniana" e apelou à revolta. "O aparelho de repressão do regime está a desintegrar-se. Tudo o que precisamos agora é de uma revolta nacional para pôr fim a este pesadelo de uma vez por todas", indicou. "Agora é a hora de nos erguermos, a hora de reconquistar o Irão."
Pahlavi pediu aos iranianos para não temerem o dia a seguir à queda da República Islâmica, mostrando-se confiante de que não haverá guerra civil ou instabilidade. "Temos um plano para o futuro do Irão e para o seu florescimento. Estamos preparados para os primeiros cem dias após a queda, para o período de transição e para o estabelecimento de um governo nacional e democrático", indicou
Dirigindo-se diretamente aos militares e membros das forças de segurança, pediu-lhes para que não se oponham à revolta do povo iraniano. "Não se sacrifiquem por um regime em decadência. Ao posicionarem-se ao lado do povo, podem salvar as vossas vidas. Desempenhem um papel histórico na transição da República Islâmica e participem na construção do futuro do Irão", referiu Pahlavi.
Israel iniciou na sexta-feira, 13 de junho, os bombardeamentos contra o Irão, visando destruir o seu programa nuclear. Teerão insiste que este tem apenas fins civis, apesar de ter enriquecido o seu urânio a valores muito superiores ao necessário, e respondeu com ataques de mísseis e drones contra Israel (tendo alguns conseguido ultrapassar as defesas israelitas).
Os ataques repetem-se desde então. Pelo menos 24 pessoas foram mortas em Israel nos bombardeamentos iranianos, enquanto pelo menos 229 pessoas foram mortas no Irão.