Isak Andic Ermay tinha 71 anos.
Isak Andic Ermay tinha 71 anos.Foto: CC

Reviravolta na investigação sobre morte de fundador da Mango deixa filho sob suspeita de homicídio

Filho mais velho do empresário e vice-presidente do grupo, Jonathan Andic, passou de testemunha a arguido. Família manifesta "total confiança" na sua inocência.
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A morte de Isak Andic, fundador da marca de moda Mango, deixou de ser tratada como um simples acidente de montanha. Dez meses depois da queda fatal em Montserrat, a polícia catalã (Mossos d’Esquadra) investiga agora o caso como um possível homicídio, tendo o filho mais velho do empresário, Jonathan Andic, passado de testemunha a arguido.

Isak Andic, de 71 anos, morreu a 14 de dezembro de 2024, após cair de uma ravina com mais de cem metros nas grutas de salitre de Collbató, em Montserrat, nos arredores de Barcelona. O empresário encontrava-se apenas com o filho Jonathan durante a caminhada. Na altura, as autoridades classificaram o episódio como um acidente, sublinhando que o trilho não apresentava perigo significativo.

No entanto, contradições nas declarações de Jonathan e falhas na cronologia dos acontecimentos levaram o juiz de instrução de Martorell a reabrir o processo, que estava arquivado provisoriamente desde janeiro. O caso decorre sob segredo de justiça.

De acordo com o jornal El País, os investigadores analisam agora o telemóvel de Jonathan Andic - vice-presidente do conselho de administração do Mango Fashion Group - para determinar o seu posicionamento no momento da queda e avaliar outras possíveis provas. Fontes próximas da investigação admitem que, até ao momento, não existem indícios conclusivos de homicídio, mas destacam que o comportamento do filho e certas incoerências levantaram dúvidas suficientes para justificar novas diligências.

Outro depoimento relevante foi o de Estefanía Knuth, companheira de Isak Andic e ex-golfista profissional, que revelou tensões recentes entre pai e filho. Essas declarações reforçaram a decisão judicial de manter a investigação ativa.

Em comunicado, citado pela agência Reuters, a família Andic manifestou “total confiança na inocência de Jonathan” e assegurou que continuará “a colaborar com as autoridades competentes”, acrescentando que espera “que o processo seja concluído o mais rapidamente possível”. A nota reitera ainda que a família não fará mais declarações “nesta fase”.

Isak Andic, nascido em 1953 em Istambul, de origem sefardita, mudou-se para Barcelona aos 14 anos. Começou a vender roupa em feiras de rua e, aos 17, abriu a sua primeira loja. Quatro décadas depois, transformou a Mango numa das maiores empresas de moda da Europa, com presença em mais de cem países, e chegou ao quinto lugar na lista da Forbes das pessoas mais ricas da Espanha, com um património líquido estimado em 4,5 mil milhões de euros.

Andic controlava os seus negócios através de uma holding que também incluía os seus três filhos: Jonathan, Judith e Sarah.

Em 2025, a marca é liderada por Toni Ruiz e continua a ser um dos grupos mais rentáveis do setor. Fechou o primeiro semestre do ano com uma faturação de 1,728 mil milhões de euros, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2024.

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