Reino Unido com mais de 50 mil casos. Há 3 meses que não havia tantos
O Reino Unido registou esta quinta-feira 52 009 novos casos, o número mais elevado desde 17 de julho, dia em que foram reportadas 54 674 infeções.
Esta quinta-feira também foram reportados mais 115 óbitos
Este valor não é um caso isolado, uma vez que o nível da pandemia tem subido progressivamente no país. Nos oito dias anteriores foram reportados sempre mais de 40 mil casos.
O número de infetados nos últimos três meses é semelhante aos do período de três meses no inverno passado. Porém, enquanto entre julho e outubro deste ano houve mais de três milhões de casos e 79 mil hospitalizações, entre outubro do ano passado e janeiro deste ano houve pouco mais de 2,7 milhões de casos, mas com mais de 185 mil pessoas a precisar de tratamento hospitalar, numa altura em que as vacinas ainda não estavam disponíveis.
A disseminação do vírus está concentrada nos menores de 20 anos não vacinados, mas está a espalhar-se também para os pais de meia-idade, aumentando gravemente as hospitalizações.
O diretor executivo da confederação do NHS (o serviço inglês de saúde pública), Matthew Taylor, pediu na quarta-feira ao Governo britânico que restabeleça restrições face ao aumento contínuo de casos e consequente pressão sobre os hospitais, sobretudo numa altura em que está a chegar o inverno.
Perante os indícios de nova vaga de covid-19, o Governo britânico admitiu ter se de preparar para "um inverno difícil", mas afastou a possibilidade de voltar a adotar as restrições já suspensas.
Para os especialistas, apesar de 65% da população total do reino Unido estar completamente vacinada, o número reduzido de pessoas que usa máscara, o aumento das aglomerações, a redução da eficácia da vacina seis meses após a administração e a baixa taxa de vacinação entre os jovens levaram a este aumento de casos.
O Reino Unido é o segundo país com mais casos diários em todo o mundo, sendo apenas suplantado pelos Estados Unidos.
Uma nova vaga de covid-19 está a ganhar terreno em toda a Europa, atingindo sobretudo os países com taxas de vacinação baixas, mas também os jovens, e obrigando os governos a reimpor restrições.
A situação é sentida com mais impacto no centro e leste europeu, onde os níveis de vacinação seguem o cenário russo e se mantêm baixos.
Naquela zona, a Ucrânia, a Letónia, a Roménia, a Bulgária, a República Checa, a Polónia, a Sérvia e a Croácia são os países onde o aumento das infeções está a pressionar mais os sistemas de saúde e a alarmar o resto da Europa.