Várias regiões ucranianas foram atingidas na última noite num ataque russo com centenas de drones. "As regiões de Vinnytsia, Dnipro, Kharkiv e Odessa foram as mais atacadas", afirmou esta quarta-feira, 16 de julho, o presidente ucraniano, que realçou a importância de "reforçar" as defesas do país. Foram, sobretudo, infraestruturas energéticas, os alvos do ataque de Moscovo, disse o presidente da Ucrânia. Pelo menos duas pessoas morreram nestes últimos ataques noturnos, segundo a Sky News, que cita autoridades locais. "Infelizmente, 15 pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança", lamentou Zelensky numa mensagem divulgada nas redes sociais, na qual partilhou imagens e vídeos das equipas de emergência nos locais atingidos."Estão em curso trabalhos para restaurar tudo em Kryvyi Rih da forma mais completa possível, e o fornecimento de energia será retomado durante o dia", disse ainda sobre as consequências do ataque russo na sua cidade natal. De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia lançou 400 drones e um míssil balístico. Zelensky referiu que "cerca de 200 drones foram abatidos e mais de 140 não conseguiram atingir os seus objetivos"."A Rússia não está a mudar a sua estratégia - e para combater este terror de forma eficaz, temos de reforçar sistematicamente as nossas defesas: mais sistemas de defesa aérea, mais interceptores e mais determinação - para que a Rússia sinta a nossa resposta", vincou o presidente ucraniano. .Trump rejeita entregar mísseis de longo alcance a Kiev.Este ataque russo com centenas de drones acontece após o presidente dos EUA anunciar que rejeita entregar mísseis de longo alcance à Ucrânia."Não, não estamos a pensar fazer isso", respondeu Donald Trump quando questionado pela imprensa na Casa Branca sobre a possibilidade de entregar às forças ucranianas mísseis de longo alcance.Recorde-se que Trump anunciou na segunda-feira um acordo para o envio de armamento à Ucrânia, incluindo as baterias antimísseis Patriot solicitadas pelo presidente ucraniano, que serão pagas pelos aliados europeus, e não pelos EUA.Também indicou que o acordo “inclui mísseis e munições", o que sugere poder tratar-se de armamento ofensivo, e não exclusivamente defensivo. .Trump anuncia que EUA vão enviar sistemas de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia . De acordo com a imprensa norte-americana, está em discussão o fornecimento de mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk.Os meios de comunicação social britânicos noticiaram na terça-feira que Trump perguntou a Zelensky, numa conversa no dia 4 de julho, se podia atacar Moscovo e São Petersburgo, tendo o líder ucraniano respondido afirmativamente, se lhe forem fornecidas armas de longo alcance.O Financial Times sublinhou que esta questão foi colocada para encorajar o lado ucraniano a intensificar os ataques à Rússia e forçar o Kremlin a sentar-se à mesa das negociações para chegar a uma solução para o conflito iniciado em fevereiro de 2022.Segundo a versão da Casa Branca, Trump apenas "fez uma pergunta" durante uma conversa e mais tarde o próprio presidente rejeitou apoiar tais ataques."Não, não deve", disse Trump quando questionado pelos jornalistas se Zelensky deveria visar a capital russa com mísseis, acrescentando que, para impedir esse cenário, Washington não forneceria armas de longo alcance a Kiev.Também o Kremlin (presidência russa) classificou como "mentira" as declarações do presidente norte-americano dirigidas ao homólogo ucraniano para bombardear Moscovo e São Petersburgo."Esta retórica não é nova. Geralmente, acaba por ser mentira", comentou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, na conferência de imprensa diária por telefone, numa referência às informações do Financial Times.Também o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, argumentou que Trump deve estar "sob enorme pressão" da União Europeia e da NATO, numa alusão ao ultimato de 50 dias que o republicano deu à Rússia chegar a um acordo com a Ucrânia.Com Lusa.Trump adota a tática da guerra comercial em ultimato de 50 dias a Putin.Kremlin considera declarações de Trump sobre Rússia e Putin "muito sérias". É preciso analisar, diz Peskov