Putin diz que rebeldes do leste da Ucrânia pediram ajuda militar. França ordena retirada de cidadãos
Segundo o Kremlin, as repúblicas separatistas "pediram ao presidente da Rússia para ajudar a repelir as agressões das forças armadas na Ucrânia".
O Kremlin afirmou esta quarta-feira que os rebeldes do leste da Ucrânia pediram ao presidente russo, Vladimir Putin, "ajuda" para "repelir a agressão" do exército ucraniano. O Pentágono indica que tropas russas adicionais estão a caminho de Donetsk e Lugansk e a França ordena a retirada imediata dos seus cidadãos da Ucrânia.
Relacionados
O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, afirmou que as repúblicas separatistas "pediram ao presidente da Rússia para ajudar a repelir as agressões das forças armadas na Ucrânia".
Estas declarações foram divulgadas pelas agências noticiosas russas.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
O Ocidente tem alertado que a Rússia pode lançar um ataque à Ucrânia a qualquer momento, com dezenas de milhares de soldados estacionados nas regiões fronteiriças.
Peskov disse que Putin recebeu uma carta dos líderes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, que o chefe de Estado russo reconheceu como independentes no início desta semana.
"As ações do regime de Kiev testemunham a falta de vontade de acabar com a guerra em Donbass", disse Peskov, citando a carta, indicando ao mesmo tempo que os líderes separatistas pediram a ajuda de Putin "com base" nos tratados de amizade que assinaram com Moscovo esta semana.
Not good. Donetsk and Luhansk puppet leaders have sent requests to Putin "to assist in repelling aggression from the Armed Forces of Ukraine in order to avoid civilian casualties and prevent a humanitarian catastrophe" in the Donbas. Photos from the Kremlin via TASS news agency. pic.twitter.com/s35kYgYBcE
Os acordos que o presidente russo assinou com os separatistas abriram as portas para a presença do exército russo nos territórios por eles controlados.
Pentágono diz que tropas russas adicionais estão a caminho de Donetsk e Lugansk. França ordena retirada imediata dos seus cidadãos
O Pentágono fez saber, entretanto, que "forças militares russas adicionais" estão a deslocar-se em direção à regiões de Donetsk e Lugansk, avança a CNN Internacional, citando uma declaração de John Kirby, porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA.
The Pentagon believes "additional Russian military forces" are moving into the Donetsk and Luhansk regions of Ukraine, according to spokesman John Kirby.
Com o aumento da tensão, o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros ordenou a retirada imediata de todos os cidadãos franceses que se encontram na Ucrânia.
"No contexto das intensas tensões criadas pela concentração de tropas russas nas fronteiras da Ucrânia e da decisão russa de reconhecer a independência das províncias de Donetsk e Lugansk, e face ao estabelecimento do estado de urgência decidido hoje pelo parlamento ucraniano, os cidadãos franceses na Ucrânia devem deixar este país sem demora", indicou o Ministério, em comunicado.
França também não recomenda viajar para a Ucrânia até novo aviso, sendo que qualquer viagem para as regiões fronteiriças no norte e leste do país é desencorajada.
Na terça-feira, recorde-se, o senado russo aprovou, por unanimidade, o pedido de Putin para o envio do exército russo para o estrangeiro, uma medida que tornou formal um destacamento militar para apoiar os separatistas da região de Donbass, no leste da Ucrânia.
Desenvolvimentos do lado de Moscovo que surgem após o presidente russo ter reconhecido, na segunda-feira, a independência das duas regiões separatistas: Donetsk e Lugansk.