O presidente russo Vladimir Putin advertiu esta quinta-feira, 2 de outubro, que Moscovo não ficará de braços cruzados perante a intensificação da militarização europeia, prometendo uma resposta “muito convincente” num curto espaço de tempo.Num discurso no Valdai Discussion Club, em Sochi, o líder russo acusou as elites políticas europeias de “alimentarem uma histeria” com a "narrativa de que a ameaça russa está à porta" e que Moscovo prepara "um ataque à NATO", ideia que classificou como “nonsense”.“Ou são incrivelmente incompetentes se realmente acreditam nisso, porque é impossível acreditar nesta tolice, ou são simplesmente desonestos”, declarou, citado pela agência Reuters.Putin sublinhou que a Rússia está a acompanhar “de perto” os planos de reforço militar europeu, citando especificamente a Alemanha, onde vários dirigentes já afirmaram que o exército alemão deveria tornar-se “o mais poderoso da Europa”.“Penso que ninguém duvida de que tais medidas forçarão a Rússia a agir. E as contramedidas da Rússia não tardarão. A resposta, para dizer o mínimo, será muito convincente”, avisou.O Presidente russo aproveitou ainda para reiterar que, no conflito na Ucrânia, Moscovo está a enfrentar não apenas Kiev, mas também a Aliança Atlântica.“Todos os países da NATO estão a lutar contra nós e já nem escondem isso. (...) Criaram um centro na Europa que sustenta tudo o que as forças armadas ucranianas fazem, desde inteligência espacial a treino e fornecimento de armas”, acusou.Agradecendo os esforços de países como os membros fundadores dos BRICS, a Bielorrússia, a Coreia do Norte e os Emirados Árabes Unidos, Putin responsabilizou “uma minoria na Europa” pela continuação da guerra na Ucrânia.O presidente russo criticou ainda aquilo que considerou ser "a histeria" ocidental em relação aos drones, alegadamente russos, que têm sobrevoado alguns países europeus. E, em jeito de piada, assegurou que não tem drones com capacidade para atingir Lisboa, acrescentando que "isso também não é necessário porque não há alvos lá". .Putin ordena recrutamento de 135 mil russos para serviço militar