Procurador pede sete anos de prisão para Sarkozy pelo "pacto de corrupção" com Kadhafi
A Procuradoria Nacional Financeira pediu, esta quinta-feira, uma pena de sete anos de prisão contra o ex-presidente francês Nikolas Sarkozy, que está a ser julgado por suspeita de financiamento ilegal da sua campanha de 2007 pelas autoridades líbias, na altura lideradas por Muammar Kadhafi.
Os procuradores acreditam que Sarkozy "foi o verdadeiro decisor e patrocinador" de um "pacto de corrupção inconcebível, insólito e indecente", celebrado antes da sua eleição.
Além da pena de sete anos de prisão, os procuradores pedem o pagamento de uma multa de 300 mil euros.
O alegado pacto foi "celebrado com um regime sanguinário", com o envolvimento de dois dos assessores mais próximos, Claude Guéant e Brice Hortefeux, e tinha "o objetivo de apoiar financeiramente a campanha" de Sarkozy, segundo o procurador financeiro Philippe Jaeglé.
Os argumentos finais da defesa serão ouvidos a 8 de abril.
Este não é o primeiro processo a envolver Sarkozy. A 7 de fevereiro, o ex-presidente de 70 anos começou a usar pulseira eletrónica, após a condenação pelo Tribunal de Paris a um ano de prisão num caso de escutas telefónicas, algo inédito para um antigo chefe de Estado francês.
Também foi considerado culpado por ter celebrado, em 2014, um "pacto de corrupção" com Gilbert Azibert, juiz de primeira instância do Tribunal de Cassação, juntamente com o seu advogado de longa data, Thierry Herzog.