O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, insistiu esta segunda-feira, 22 de setembro, perante as Nações Unidas, que o Hamas deve entregar as armas e condenou os ataques do movimento islamita palestiniano contra Israel em 7 de outubro de 2023.“O Hamas não terá qualquer papel no governo, o Hamas e outras fações devem entregar as suas armas à Autoridade Palestiniana”, insistiu Mahmud Abbas, que interveio via vídeo na conferência de alto nível sobre a solução dos dois Estados, copresidida por França e Arábia Saudita, após a administração norte-americana lhe ter recusado visto para entrar nos Estados Unidos.“Condenamos igualmente os assassinatos e a detenção de civis, incluindo os atos do Hamas em 7 de outubro de 2023”, acrescentou.Israel acusa há quase dois anos os responsáveis palestinianos de não condenarem esses ataques.Na sua intervenção, o líder da Autoridade Palestiniana, no poder em partes da Cisjordânia, comprometeu-se com a realização de eleições presidenciais na Palestina “um ano após o fim da guerra” atual de Israel contra a Faixa de Gaza, que serão seguidas por uma nova Constituição provisória.A Palestina não realiza eleições desde 2005, na Cisjordânia, e 2006, no caso de Gaza, controlada pelo Hamas.Abbas comprometeu-se igualmente com uma série de reformas ambiciosas na Palestina, entre as quais se destacam o desarmamento do Hamas, o fim dos pagamentos “às famílias de prisioneiros e mártires [autores de atentados contra Israel]” — pagamentos repetidamente denunciados por Israel —, a reforma do sistema educativo de acordo com os parâmetros da UNESCO (agência do sistema da ONU) e a transferência de poder para um novo governo eleito.Reformas que são insistentemente solicitadas pela comunidade internacional.“Queremos um Estado moderno e democrático, baseado no Estado de Direito, no pluralismo, na partilha do poder, na igualdade, na justiça e no empoderamento das mulheres e dos jovens”, afirmou.Antes, o Presidente francês, Emmanuel Macron, abriu a conferência com o anúncio de que Paris reconhece oficialmente o Estado da Palestina, gerando fortes aplausos das delegações, com a palestiniana a aplaudir de pé, enquanto a israelita esteve ausente.No âmbito desta conferência, aguarda-se o reconhecimento por parte de Andorra, Bélgica, Luxemburgo, Malta e São Marino.Na véspera do encontro na ONU, Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram formalmente o Estado da Palestina..França reconhece formalmente o Estado da Palestina. Marcelo diz que "amanhã teria sido tarde de mais".Hamas propõe aos EUA libertar metade dos reféns em troca de trégua de 60 dias