Gitanas Nauseda deverá ser reeleito para um segundo mandato.
Gitanas Nauseda deverá ser reeleito para um segundo mandato.Miguel MEDINA / AFP

Presidenciais da Lituânia dominadas por receios crescentes sobre a Rússia

Sondagens dão ao presidente Gitanas Nauseda uma vantagem confortável, mas a reeleição só deve ser confirmada na segunda volta.
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A Lituânia vai a votos hoje para uma eleição presidencial dominada por preocupações de segurança, numa altura em que o país, membro da NATO e da União Europeia, planeia aumentar os gastos com a Defesa para combater a suposta ameaça da vizinha Rússia - Vilnius teme que possa ser o próximo na mira de Putin se Moscovo vencer a guerra na Ucrânia.

As sondagens dão ao atual presidente, o moderado independente Gitanas Nauseda, de 59 anos, uma vantagem confortável sobre os outros sete candidatos, que incluem a primeira-ministra Ingrida Simonyte e o advogado Ignas Vegele.

Estas presidenciais têm uma particular importância face ao contexto atual já que na Lituânia é o chefe de Estado que dirige a defesa e a política externa, participando nas cimeiras da UE e da NATO. E, embora os três principais candidatos concordem em matéria de defesa, têm opiniões divergentes sobre as relações da Lituânia com a China, que têm sido tensas por causa de Taiwan - em 2021, Vilnius permitiu que Taiwan abrisse uma embaixada sob o nome da ilha, afastando-se da prática diplomática de usar o nome da capital Taipei para evitar irritar Pequim. Nauseda defendeu na campanha que é preciso mudar o nome da representação diplomática, medida apoiada por Vegele, enquanto que Simonyte resiste a essa mudança.

Antiga república soviética, a Lituânia é um dos principais doadores da Ucrânia e um grande gastador em defesa, com um orçamento atual de 2,75% do PIB. Espera-se que o governo de Ingrida Simonyte apresente propostas dentro de algumas semanas que possam ajudar a aumentar os gastos com defesa para três por cento, nomeadamente para comprar tanques e sistemas de defesa aérea adicionais. Nenhum dos principais candidatos questiona estes planos, mas Vegele comprometeu-se a solicitar uma auditoria de defesa para gerir eficazmente as finanças caso seja eleito.

Os analistas acreditam que Nauseda será reeleito numa segunda volta dentro de duas semanas, pois parece improvável que consiga hoje mais de 50% dos votos - as sondagens apontam para que o atual presidente consiga cerca de 35%, Ignas Vegele 12% e Ingrida Simonyte 10.

Vegele, um advogado de 48 anos que ganhou destaque depois de se manifestar contra a vacinação obrigatória durante a pandemia, apresenta-se como uma alternativa aos políticos estabelecidos e promete uma governação mais transparente. Já Simonyte, 49 anos, é uma conservadora fiscal com opiniões liberais sobre questões sociais, apoiando as parcerias entre pessoas do mesmo sexo, que ainda geram controvérsia no país. A primeira-ministra concorre à presidência pela segunda vez depois de ter perdido para Nauseda na segunda volta em 2019.

COM AGÊNCIAS

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