O primeiro-ministro Donald Tusk já fez um balanço dos resultados do semestre em que a Polónia assumiu a presidência do Conselho da União Europeia, e que terminou esta segunda-feira, 30 de junho, dando especial importância às questões da segurança e ao combate à imigração ilegal e apelidando estes seis meses como um “ponto de viragem”.“A União Europeia foi criada como um grande sonho de um continente sem guerra, sem confrontação, sem a necessidade de força. A União Europeia foi uma resposta à guerra e expressou a crença dos europeus de que a guerra não poderia voltar a acontecer. Sabem o quão difícil foi quebrar este paradigma? Esta inocente fé europeia?”, questionou o polaco na conferência de imprensa que deu em Varsóvia no final da semana passada. Na opinião de Donald Tusk, entre as principais conquistas alcançadas durante a presidência polaca, nomeadamente em termos de segurança e defesa, estão o lançamento do Programa Industrial de Defesa Europeia, o desenvolvimento do plano ReArmar a Europa, a alocação de 150 mil milhões de euros no programa SAFE, relativo a empréstimos para impulsionar a produção de defesa no bloco, mas também a obtenção de apoio europeu para o projeto “Escudo de Leste”, uma iniciativa de defesa do governo polaco para reforçar as suas fronteiras com a Bielorrússia e o enclave russo de Kaliningrado. “A presidência polaca fez também com que todos os nossos parceiros compreendessem que chegou o momento em que a União Europeia, ou a Europa como tal, deve começar a pensar em si também em termos da capacidade de se defender, controlar o seu território e controlar as suas fronteiras”, referiu ainda o primeiro-ministro polaco, cujo governo, nestes seis meses de presidência, aprovou uma polémica medida que permite a suspensão temporária de pedidos de asilo. “Uma solução sem precedentes” para ajudar a Europa a fazer face à imigração ilegal, defendeu Tusk.O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, também comentou os últimos seis meses, lembrando que Varsóvia esteve à frente da presidência do Conselho da União Europeia num momento crítico em termos mundiais. “A presidência polaca ocorreu num momento de agitação excecional. Guerra nas fronteiras, mas também a crise no Médio Oriente. (…) Parece-me que conseguimos muito. Não se trata apenas de continuar a pressionar a Rússia em questões ucranianas, mas, acima de tudo, de criar instrumentos europeus para uma maior resiliência e segurança.”Entre os objetivos não alcançados pela Polónia está o falhanço em abrir o primeiro conjunto de capítulos de adesão à UE da Ucrânia, que está a ser bloqueado pela Hungria, mas também o adiamento da aprovação do 18.º pacote de sanções contra a Rússia, exigido pela Eslováquia no Conselho Europeu da semana passada. .Presidência do Conselho da UE. Dinamarca quer trabalhar para uma Europa mais segura e competitiva