O lehendakari Iñigo Urkullu foi preterido pelo PNV nestas eleições.
O lehendakari Iñigo Urkullu foi preterido pelo PNV nestas eleições.ANDER GILLENEA / AFP

PNV e Bildu empatados no arranque da campanha

Dois maiores partidos vão a votos com caras novas. PNV deve manter-se no poder, pois socialistas recusam acordo com o Bildu.
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O País Basco está desde esta sexta-feira oficialmente em campanha para as eleições de dia 21 e num cenário em que, pela primeira vez, os independentistas do EH Bildu se encontram a disputar a vitória com o Partido Nacionalista Vasco (PNV), com a maioria das sondagens a darem um empate técnico entre as duas forças políticas. 

Estas eleições trazem também caras novas ao debate político - Imanol Pradales pelo PNV e Pello Otxandiano pelo Bildu - depois de Iñigo Urkullu, o atual lehendakari, ver o seu partido, o PNV, impedi-lo de se apresentar novamente a votos para um quarto mandato e Arnaldo Otegi, coordenador-geral do EH Bildu, ter confirmado que não seria candidato à liderança do governo do País Basco.

Esta sexta-feira, Pradales apelou à continuidade, alertando que, no próximo dia 21, os eleitores terão de escolher “entre dois modelos” e “entre um modelo melhor e pior” para o País Basco, pois o “atual bem-estar” da região  está em jogo. “Se queremos um futuro melhor há que eleger a experiência, a estabilidade, a confiança”, disse o candidato do PNV, partido que governou o Euskadi  entre 1980 e 2009, tendo regressado ao poder em 2012. 

Otxandiano defendeu a “necessidade de renovar a política” na região, de forma a “acabar com o status quo que tem vigorado durante tantos anos”. “A renovação política é uma necessidade, para pôr novamente de pé a Osakidetza [serviço de saúde], solucionar o problema da habitação e poder instalar modelos de governação colaborativos, sem exclusões”, disse.

A generalidade das sondagens antecipa um empate técnico entre o EH Bildu e o PNV, com cada um deles a eleger, previsivelmente, entre 28 e 29 deputados, num parlamento com 75 lugares. O PNV tem hoje 31 deputados e o EH Bildu tem 21, sendo já ambos, desde 2012, os dois maiores partidos na região.

Este ano, nenhum deverá ter maioria absoluta, pelo que o cenário pós-eleitoral mais provável é, neste momento, a reedição da atual coligação no governo regional, que junta o PNV com os socialistas, que deverão de novo ser os terceiros mais votado.

O EH Bildu propôs um acordo para que governe o partido mais votado, que os socialistas já rejeitaram, só admitindo a possibilidade de apoiar o PNV, apesar de as duas formações bascas terem viabilizado em Madrid os últimos dois governos de Pedro Sánchez.

Aragonès aberto a debate fora da Catalunha

O presidente da Generalitat mostrou-se disponível para participar num debate fora de Espanha com os candidatos às eleições antecipadas na Catalunha de 12 de maio - Salvador Illa, do Partido Socialista da Catalunha (PSC), e Carles Puigdemont, do Junts per Catalunya. “Se Carles Puigdemont quiser fazer este debate em Perpignan (França), em Waterloo (Bélgica), ou onde seja, faremos”, disse Pere Aragonès à RAC1. 

De acordo com o líder do govern e candidato da ERC, um possível debate com Puigdemont e Illa servirá para “falar de propostas de futuro para a Catalunha” e de como cada um dos três partidos poderá servir melhor os catalães. Aragonès referiu ainda que, se o candidato do PSC não se mostrar interessado num debate fora da Catalunha, fará um frente-a-frente com Puigdemont. 

De recordar que o candidato do Junts se encontra exilado na Bélgica para fugir à justiça espanhola desde o referendo independentista de 2017, podendo ser detido caso regresse a Espanha.  Um risco que admitiu estar disposto a correr caso vença as eleições para a Generalitat (que já liderou entre janeiro de 2016 e outubro de 2017).

ana.meireles@dn.pt

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