PM sueca: "Seremos uma fonte de segurança dentro da Nato"
A poucas horas da cimeira de Madrid, NATO dá impulso às discussões sobre a adesão da Finlândia e da Suécia.
A primeira-ministra sueca, Magdalena Anderson garantiu, esta segunda-feira, em Bruxelas, que com a adesão da Finlândia e da Suécia à Nato, "a segurança de todos será reforçada". A governante falava ao lado do secretário-geral da NATO, perante o qual prometeu corresponder às preocupações de segurança levantadas pela Turquia, na sequência dos pedidos de adesão dos dois países escandinavos à Aliança Atlântica.
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A poucas horas da cimeira de Madrid, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg procurou dar um impulso às discussões sobre a adesão da Finlândia e da Suécia, numa altura em que se mantém o impasse, depois de a Turquia ter levantado "preocupações de segurança", alegando que os dois países abrigam membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que está identificado como uma organização terrorista.
Jens Stoltenberg reuniu-se esta tarde com a primeira-ministra sueca, tendo reconhecido os esforços do governo de Estocolmo para resolver as "preocupações" em matéria de "segurança" levantadas pela Turquia.
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"As preocupações de segurança de todos os aliados devem ser tidas em conta, enquanto requisito para o processo de adesão à NATO", afirmou, considerando que "as preocupações da Turquia são legítimas e devem ser abordadas".
A primeira-ministra, Magdalena Anderson respondeu, dizendo que "a posição em relação ao PKK é muito clara: está identificada como uma organização terrorista na Europa, e assim é encarada pela Suécia".
"A Suécia condena o terrorismo nos termos mais fortes possíveis. Estamos inequivocamente comprometidos com o combate ao terrorismo, em todas as suas formas e manifestações", garantiu, perante o secretário-geral da Nato, para quem as autoridades de Estocolmo estão a "responder" às "preocupações" de Ancara.
"Vocês já emendaram a lei [de terrorismo] sueca, lançaram investigações policiais contra o PKK, e estão a avaliar os pedidos de extradição lançados pela Turquia", afirmou Stoltenberg, admitindo que "estes passos concretos representam uma mudança de paradigma na abordagem da Suécia num mundo mais perigoso e mais imprevisível".
Procurando ir ao encontro das preocupações dos membros da Aliança Atlântica, Magdalena Anderson garantiu que a Suécia leva a cabo o maior reforço militar desde a década de 50, e espera em seis anos atingir a meta dos 2% de gastos militares.
"Estamos a reativar o serviço militar, estamos a acelerar a compra de equipamento de defesa e a fortalecer as nossas capacidades de ciberdefesa e os serviços de informações", acrescentou, convicta de que que "todos" os aliados, "incluindo a Turquia", terão vantagem com a adesão dos dois países escandinavos.
"Com a Suécia e a Finlândia como membros da NATO, a segurança de todos os membros da Nato será reforçada, porque seremos uma fonte de Segurança dentro da Nato", afirmou, manifestando ainda a "forte esperança" que esse diálogo que ainda prossegue "possa ser concluído, idealmente antes da cimeira".
Stoltenberg disse ainda que a Nato está "a trabalhar num acordo entre a Suécia, a Finlândia e a Turquia", que deverá abranger "a exportação de armas e o combate ao terrorismo".
O secretário-geral da Nato considera que os aliados devem redobrar o combate ao terrorismo, e disse esta tarde que vai convocar uma "sessão especial" na cimeira de Madrid dedicada "aos esforços de contra terrorismo da Nato".
A Suécia e a Finlândia apresentaram em simultâneo os respetivos pedidos de adesão à NATO, a 18 de maio, depois como reação às "preocupações de segurança" levantadas pela invasão russa da Ucrânia.