Pence desafia Trump e diz que não pode desrespeitar Constituição

O vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, desafiou Donald Trump, salientando que o chefe de Estado cessante não tem o poder para rejeitar os votos eleitorais.

"O meu julgamento ponderado passa pelo facto de o meu juramento de apoiar e defender a Constituição me impedir de reivindicar autoridade unilateral para determinar quais os votos eleitorais que devem ser contados e quais os que não devem", disse Pence, numa declaração divulgada minutos antes de começar a presidir à sessão conjunta do Congresso para contar os votos das presidenciais de 03 de novembro.

Nos últimos dias, Trump tem pressionado Pence e esta quarta-feira (6), a duas semanas da tomada de posse do democrata Joe Biden, a 20 deste mês, o Presidente cessante dos Estados Unidos voltou a fazê-lo, indicando ter falado com o vice-Presidente antes da sessão conjunta no Congresso para que "faça a coisa certa".

Trump pressionou Pence para que não permita que o Congresso ratifique os resultados eleitorais, tirando partido da sua função, por inerência do cargo, de presidente do Senado.

"Acabei de falar com Mike. Espero que ele vá fazer a coisa certa. Eu espero. Eu espero. Porque se Mike Pence fizer o que está certo, iremos ganhar as eleições", disse Trump, garantindo que "nunca" irá admitir a derrota nas presidenciais.

"Nunca iremos desistir. Nunca iremos ceder", disse Trump durante um comício perante milhares de manifestantes que se deslocaram a Washington para o apoiar, no dia em que o Congresso ratifica o resultado do Colégio Eleitoral, que deu a vitória eleitoral a Biden.

"Vencemos esta eleição e ganhámos em geral", acrescentou Trump, perante manifestantes que empunhavam cartazes dizendo que os democratas "roubaram as eleições", voltando a desafiar todas as evidências da sua derrota eleitoral.

Pence tem a tarefa, perante o Congresso, de abrir os certificados de voto eleitorais de cada estado e apresentá-los aos escrutinadores indicados pela Câmara de Representantes e pelo Senado, ratificando o resultado do Colégio Eleitoral, que deu a vitória a Biden.

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